Dados do Trabalho
Título
CONCEITOS DE PROFISSIONAIS DE SAUDE DA UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA SOBRE MORTE E MORRER
Introdução
Introdução: morte e morrer pertencem a campos semânticos diferentes. A morte do ponto de vista biológico é vivenciada uma única vez. Já o morrer é vivenciado dia após dia.
Objetivo e Método
Objetivo: apresentar os conceitos dos profissionais de saúde da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) sobre a morte e o processo de morrer. Método: pesquisa qualitativa, realizada com 80 profissionais de saúde da UTI adulto. A evocação livre de palavras foi aplicada a 80 profissionais, sendo selecionados 13 para a entrevista semiestruturada. Recorte do projeto de pesquisa: Representações sociais de profissionais de saúde da UTI sobre o processo de morrer e a morte. Os resultados da evocação livre de palavras foram analisados pelo software IRAMUTEQ sob interface da nuvem de palavras. A nuvem de palavras organiza graficamente de acordo à frequência das palavras repetidas. Para contextualização dos achados nas entrevistas utilizou-se a Análise de Conteúdo Temática. Foram obedecidos os requisitos éticos da Resolução 466/2012. Projeto submetido ao CEP sob o CAAE: 11417419.8.0000.0055. Parecer nº 3.461.276/2019.
Resultados
Resultados: os termos com maior frequência para o estímulo morte foram: “tristeza” (36), “sofrimento” (31), “descanso” (22), “dor” (20), “perda” (18), família (17) e “saudade” (13). Já para o estímulo morrer os termos com maior frequência foram: “família” (22), “descanso” (22), “medo” (22), “dor” (21), “saudade” (21), “tristeza” (21) e “sofrimento” (13). Emergiram falas contextualizando a morte e o processo de morrer: “Eu vejo a morte como parte do processo do ciclo de vida de cada ser humano.” (Enfermeira 01). “A morte pra mim, de acordo com os meus conhecimentos bíblicos é uma passagem desse mundo para um novo mundo.” (Técnica em enfermagem, 04). “Eu acredito que a palavra morrer é quando a gente chega ao fim desse ciclo de uma forma que não fosse natural.” (Fisioterapeuta, 06). “O morrer é o ato de final de vida, como os cuidados paliativos determinam, a partir do momento que aquela doença trata de ser incurável, quando você tem disóxia, quando é irreversível a evolução à morte.” (Médico, 12).
Conclusão/Considerações finais
Conclusão: tanto pela evocação livre de palavras quanto pelas entrevistas, os profissionais não conseguem diferenciar a morte do processo de morrer, ou apresentar conceitos como fim da vida biológica ou processo diário. Isso impacta nas práticas de cuidado, pois condutas voltadas aos aspectos físicos, psicológicos, sociais e espirituais podem não ser prestadas.
Palavras Chave
morte; tanatologia; Cuidados Paliativos
Área
Outras áreas
Autores
GILBERTO ALVES DIAS, TATIANE DIAS CASIMIRO VALENÇA, JULIANA COSTA MACHADO, ALINE VIEIRA SIMÕES, VANDA PALMARELLA RODRIGUES