Dados do Trabalho
Título
O USO DE SEDAÇAO PALIATIVA EM HOSPITAL PUBLICO ONCOLOGICO EM SAO PAULO - ANALISE DESCRITIVA CLINICA E DE DESFECHO
Introdução
Define-se sedação paliativa (SP) como o uso monitorado de sedativos com objetivo de diminuir o nível de consciência para aliviar sintomas refratários em pacientes com doença ameaçadora à vida. Na Europa, a SP é utilizada em 10 a 18% dos pacientes que morrem sob atenção paliativa, sendo as principais indicações delirium, dor, dispneia e sofrimento existencial. Como primeira linha, é indicado o uso de benzodiazepínicos (midazolam), podendo ser utilizado de forma contínua ou intermitente, sendo recomendado o uso inicial em baixas doses, com aumento progressivo e titulável, conforme reavaliação quanto ao controle efetivo dos sintomas; exceto em caso de uma situação de emergência e morte iminente (sangramento maciço ou obstrução de via aérea). Preconiza-se ser discutido o uso desta terapia por equipe multiprofissional especialista em Cuidados Paliativos e de forma antecipada no planejamento de cuidados com o paciente e familiares. Para descrição deste trabalho, será considerado SP o uso do midazolam.
Objetivo e Método
Objetivo: Descrever o perfil dos pacientes que necessitaram de SP, assim como as indicações, o desfecho e o tempo de uso.
Método: Análise descritiva e retrospectiva do uso de SP em hospital municipal referência oncológica em São Paulo, entre maio de 2023 a maio de 2024.
Resultados
No período descrito, 963 pacientes ficaram aos cuidados da equipe de Cuidados Paliativos e a sedação paliativa foi instituída em 151 (15,68%). Destes pacientes, os diagnósticos oncológicos foram as neoplasias malignas de trato gastrointestinal (TGI) baixo (18,5%), dos pulmões (17,2%), do TGI alto (16,5%) e dos rins e vias urinárias (14,56%). O principal sintoma que indicou o uso da SP foi dispneia (59,6%), em seguida, delirium (14,6%), sofrimento existencial (8,6%), dor (7,9%), sangramento (1,9%), entre outros motivos (7,2%), incluindo crise convulsiva. Todos os pacientes tiveram como desfecho o óbito, e o tempo de uso da SP variou de zero a 17 dias, a média foi de 2,6 dias e a mediana de 2 dias.
Conclusão/Considerações finais
Os dados analisados mostram que a experiência do nosso serviço vai ao encontro do que é descrito na literatura em relação a proporção de pacientes que necessitam de SP e as principais indicações.
Referências
Arantzamendi M, et al. Clinical Aspects of Palliative Sedation in Prospective Studies. A Systematic Review. J Pain Symptom Manage. 2021;61(4):831-844.e10.
Surges SM, et al. Revised European Association for Palliative Care (EAPC) recommended framework on palliative sedation: An international Delphi study. Palliat Med. 2024;38(2):213-228.
Palavras Chave
Cuidados Paliativos; controle de sintomas; Sedação paliativa
Área
Controle de sintomas e qualidade de vida
Autores
MARIANA CINCERRE PAULINO, RICARDO VILELA MEDEIROS, GABRIELA VARAJÃO DE LATORRE, MARIANA SILVA SOARES, CAROLINA SARMENTO DUARTE, DANIELE CHAVES ROCHA