Dados do Trabalho
Título
DESCRIÇAO DE MODELO ASSISTENCIAL TIPO HOSPICE EM HOSPITAL PUBLICO ONCOLOGICO DE SAO PAULO
Introdução
Os cuidados paliativos (CP) podem ser ofertados nos três níveis de atenção à saúde e em diferentes modalidades como ambulatório, interconsulta a pacientes internados, unidade de internação específica para CP, atenção domiciliar e hospice. Esta última, diz respeito a modalidade de internação para pacientes com doenças graves e avançadas, com sobrevida estimada menor que 6 meses, mas geralmente de dias a poucas semanas. No Brasil, apenas 6% dos serviços de CP possuem leitos hospice. Visando o aperfeiçoamento da assistência em uma unidade de CP em um hospital público oncológico, foi realizada uma divisão interna dos pacientes em dois grupos: enfermaria de agudos e enfermaria hospice.
Objetivo e Método
Objetivo: Descrever o modelo assistencial tipo hospice e o perfil dos pacientes atendidos.
Método: Análise descritiva e retrospectiva do hospice em hospital municipal em São Paulo, entre maio de 2023 a maio de 2024.
Resultados
Os critérios utilizados para determinar os pacientes elegíveis para o hospice foram: (1) equipe responsável pelo paciente ser a equipe de CP; (2) ausência de terapia modificadora de doença; ausência de benefício de tratamento sintomático específico de alta complexidade (radioterapia paliativa, hemotransfusões, procedimentos endoscópicos ou por radiointervenção), assim como de coleta de exames laboratoriais ou de tratamento empírico de infecções; (3) sobrevida estimada menor que 3 semanas, definido pela avaliação clínica e Palliative Prognostic Index (PPI); (4) ausência de condições físicas para desospitalização; (5) pacientes que preencham os critérios anteriores e aguardem transferência para hospital de retaguarda. Como critérios de retorno para enfermaria de agudos foram incluídos a melhora da funcionalidade sustentada e da sobrevida estimada (PPI<4), por período maior que 72h. Foram elegíveis 380 pacientes, sendo 52,8% do sexo feminino e 73,2% tinham 60 anos ou mais. As neoplasias malignas mais prevalentes foram do trato gastrointestinal (TGI) alto (21,05%), do TGI baixo (19,2%), dos pulmões (12,1%) e dos rins e vias urinárias (12,1%). Três pacientes foram transferidos para hospital de retaguarda, 6 receberam alta hospitalar e os demais foram a óbito, sendo 93,3% ocorrido em enfermaria e 6,7% em UTI.
Conclusão/Considerações finais
A implementação do modelo hospice contribui para um cuidado focado no controle de sintomas, para facilitação do alinhamento das necessidades do paciente e familiares entre os profissionais que os assistem e para uma melhor alocação de recursos.
Referências
Academia Nacional de Cuidados Paliativos. Atlas dos cuidados paliativos no Brasil 2022. São Paulo: ANCP; 2022.
Hui D, Bruera E. Models of Palliative Care Delivery for Patients With Cancer. J Clin Oncol. 2020;38(9):852-865.
Palavras Chave
Cuidados Paliativos; Assistência hospitalar; Hospice
Área
Modalidades de atendimento
Instituições
Hospital Israelita Albert Einstein - São Paulo - Brasil
Autores
RICARDO VILELA MEDEIROS, GABRIELA VARAJAO DE LATORRE, MARIANA SILVA SOARES, MARIANA CINCERRE PAULINO, DANIELE CHAVES ROCHA, PAULA SALVADOR DE TOLEDO