Dados do Trabalho

Título

PERFIL SOCIODEMOGRAFICO E CLINICO DE IDOSOS INSTITUCIONALIZADOS FALECIDOS EM CUIDADOS PALIATIVOS

Introdução

O envelhecimento populacional eleva a incidência de comorbidades e fragilidade, tornando os cuidados paliativos essenciais para idosos. As Instituições de Longa Permanência para Idosos (ILPIs) são uma modalidade de assistência para esses cuidados, proporcionando suporte especializado que alivia sintomas e melhora a qualidade de vida dos residentes com doenças avançadas.

Objetivo e Método

Objetivo: Identificar o perfil dos óbitos entre idosos em cuidados paliativos em uma ILPI.
Metodologia: Este estudo observacional e retrospectivo analisou óbitos de idosos em cuidados paliativos em uma ILPI de grande porte em Fortaleza-CE, entre julho de 2022 e julho de 2024. Foram revisados prontuários e certidões de óbito para coletar dados sobre sexo, idade, tempo de institucionalização, Escala de Performance Paliativa (PPS), diagnósticos, local do óbito e sintomas no processo de fim de vida.

Resultados

Dos 40 óbitos analisados, 67,5% eram mulheres e 57,5% tinham 80 anos ou mais. 50% moravam há mais de 10 anos na ILPI. A maioria tinha demência (57,5%) e distúrbios psiquiátricos (62,5%). Nenhum recebia nutrição artificial. O PPS basal de 65% dos pacientes era ≤ 30%. Os óbitos ocorreram em 62,5% na ILPI e 37,5% em hospitais. Os sintomas mais frequentes foram sonolência e dispneia (48% cada), seguidos por tosse (20%), náuseas e vômitos (16%), e outros sintomas menos comuns. Dois pacientes não apresentaram sintomas registrados.

Conclusão/Considerações finais

O estudo conclui que a maioria dos óbitos em cuidados paliativos na ILPI envolveu idosos longevos, predominantemente mulheres, com demência e distúrbios psiquiátricos. Apesar da alta prevalência de disfagia, nenhum paciente utilizava dispositivos de alimentação artificial, o que é benéfico nesse contexto. A ausência de sondas enterais e a adoção de dietas de conforto aliviam o sofrimento e promovem dignidade. Esses cuidados estão alinhados com a evidência de que a alimentação artificial não melhora a sobrevida ou qualidade de vida em estágios avançados de demência. A prevalência de dispnéia e sonolência destaca a importância dos cuidados paliativos adequados nas instituições para melhorar a qualidade de vida dos idosos no final da vida.

Referências

Burlá, C.; Azevedo, D. L. Cuidados Paliativos: Fundamento da Assistência Gerontogeriátrica. In: Freitas, E. V. Tratado de Geriatria e Gerontologia - 5ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2022, p.(2994)-(3019).

Palavras Chave

Cuidados Paliativos; ILPI; IDOSOS