Dados do Trabalho
Título
ANTIBIOTICOTERAPIA E SEU PAPEL NOS CUIDADOS PALIATIVOS - UMA REVISAO INTEGRATIVA
Introdução
A prescrição da antibioticoterapia é comumente utilizada em serviços de saúde, trazendo grande atenção com seu uso excessivo e aumento de patógenos ultra-resistentes. Em pacientes em cuidados paliativos, as infecções são bastante frequentes, no entanto, não existe um consenso sobre a terapia antibiótica, levando a uma variada prescrição e administração.
Objetivo e Método
Avaliar o papel do uso de antibióticos em pacientes em cuidados paliativos.Trata-se de uma revisão integrativa de literatura, realizada na base de dados Pubmed, com estratégia de busca “palliative care and antibiotics”, incluídos aqueles publicados entre 2019 e 2024. Foram encontrados 313 artigos, após avaliação do conteúdo, 4 trabalhos foram selecionados de acordo com a temática proposta.
Resultados
Os cuidados paliativos têm como principal finalidade promover qualidade de vida e conforto. Contudo, diversos estudos demonstram o emprego desnecessário da antibioterapia, mesmo em quadros que não possuem infecção documentada. O objetivo da terapia antimicrobiana ser utilizada é definido pelo alívio dos sintomas. No entanto, um estudo com 230 pacientes paliativos demonstrou que apenas 42% das prescrições de antibióticos eram apropriadas e que, dentro desses, 60% dos pacientes alegaram não obter alívio dos sintomas da infecção. A insuficiente avaliação prognostica por profissionais da saúde pode ser considerada grande responsável por essas questões, como também a falha análise de custo-benefício, efeitos adversos e resposta clínica. Além disso, a prescrição de antibióticos está diretamente ligada com o aumento de procedimentos invasivos, como punções venosas, exames laboratoriais, culturas, exames de imagem e tempo de hospitalização. Outro trabalho, com 459 pacientes em fim de vida, expôs que a taxa de mortalidade em pacientes com antibióticos interrompidos foi menor comparada com aqueles que continuaram as medicações, expondo como o emprego de antibióticos pode afetar a morbimortalidade.
Conclusão/Considerações finais
Por fim, pode-se concluir como a terapia antibiótica é prescrita de forma indevida em pacientes paliativos, ocasionando maior ocorrência de procedimentos invasivos. É necessário educar os profissionais da saúde, a fim de estabelecer melhores critérios clínicos para avaliar a adição e a suspensão da antibioticoterapia.
Referências
SHEKHAR, A. C. The Use of Antibiotics in Hospice and Palliative Care Settings. The Korean Journal of Hospice and Palliative Care, v. 25, n. 1, p. 50–54, 1 mar. 2022. HUNG, K. C. et al. Antibiotic stewardship program (ASP) in palliative care: antibiotics, to give or not to give. European Journal of Clinical Microbiology & Infectious Diseases, v. 41, n. 1, p. 29–36, 20 ago. 2021.
MIN KWAN KWON et al. Antibiotics use patterns in end-of-life cancer patients and medical staff’s perception of antimicrobial stewardship programs. The Korean journal of internal medicine/Korean journal of internal medicine, v. 38, n. 5, p. 758–768, 1 set. 2023.
PANDEY, S. et al. Factors Associated with Antimicrobial Use at the End-Of-Life Among Hospitalized Cancer Patients. American Journal of Hospice and Palliative Medicine, v. 41, n. 1, p. 8–15, 22 fev. 2023.
Palavras Chave
Cuidados Paliativos; ANTIBIOTICOTERAPIA; antibiótico
Área
Controle de sintomas e qualidade de vida
Instituições
Cesmac - Alagoas - Brasil
Autores
BÁRBARA ARAUJO NASCIMENTO, CAROLINA ZÁU SERPA ARAUJO, ANTÔNIO VINICIUS BARROS MARTIN, DENISE PADILHA ABS ALMEIDA, JULIA QUINTILIANO BOMFIM, AIANNA CECÍLIA OLIVEIRA MELO