Dados do Trabalho

Título

MEDBOX: UMA PROPOSTA ADAPTATIVA PARA O MANEJO DE MEDICAMENTOS DE PACIENTES NAO LETRADOS EM CUIDADOS PALIATIVOS

Introdução

Pacientes em cuidados paliativos diversas vezes precisam de medicamentos para controle da doença de base e de sintomas [1]. Assim, utilizam medicamentos de forma contínua e para a efetividade desse tratamento em domicilio é necessária uma organização para a separação de doses e aprazamento dos diferentes tipos, para garantir a efetividade do tratamento domiciliar [2]. Entretanto, esse processo pode ser desafiador quando se trata de um paciente ou uma família não letrada, uma vez que a leitura dos rótulos e orientações posológicas. Essa situação é de grande relevância, uma vez 7% da população brasileira é não letrada de acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de 2022 e pelo menos 625 mil pessoas precisem de cuidados paliativos no Brasil [3]. A necessidade de orientações adaptadas demanda que os profissionais envolvidos no cuidado tenham um olhar mais empático as necessidades e direitos do indivíduo a fim de proporcionar qualidade de vida aos pacientes em cuidados paliativos [4].

Objetivo e Método

Assim, objetivou-se desenvolver um instrumento adaptativo para armazenar e administrar medicamentos por pessoas e cuidadores não letrados. Desta forma, Através da tecnologia assistiva foi utilizada uma caixa de isopor, a qual foi, internamente, subdividida em 6 compartimentos, 5 (cinco) espaços para comportar frascos de soluções orais, e 1 (um) espaço para seringas oralpacks [5,6]. Os 5 frascos foram identificados por coloração cada um (vermelho, azul, lilás, laranja e verde) e em cada frasco foi fixado uma seringa oralpack, cada uma com marcações nos volumes a serem administrados de cada medicamento. O aprazamento foi realizado intercalando a administração, sendo três medicamentos administrados às 05:00 e às 17:00 e dois às 10:00 e às 22:00, cada horário foi orientado pelas fases do dia de forma lúdica com formas do sol e da lua.

Resultados

Obteve-se uma caixa adaptada de forma lúdica com espaço suficiente para 5 (cinco) frascos de soluções orais, identificados por cores (vermelho, azul, lilás, laranja e verde), aprazados de forma lúdica com orientações do sol e da lua ao longo do dia para administração de medicamentos por famílias de pacientes em cuidados paliativos não letrados.

Conclusão/Considerações finais

Por fim, a utilização de uma orientação de alta adaptada, através de pistas visuais em uma caixa de medicamentos pode contribuir para um tratamento domiciliar com segurança e efetividade, contribuindo, assim para a qualidade de vida do paciente em cuidados paliativos.

Referências

[1] SAMPAIO, Simone Garruth dos Santos Machado; DA MOTTA, Luciana Branco; CALDAS, Celia Pereira. Medicamentos e Controle de dor: Experiência de um Centro de Referência em Cuidados Paliativos no Brasil. Revista Brasileira de Cancerologia, v. 65, n. 2, 2019.
[2] SOUZA, Mariana; JARAMILLO, Rosângela Garcia; DA SILVA BORGES, Moema. Conforto de pacientes em cuidados paliativos: revisão integrativa. Enfermería Global, v. 20, n. 1, p. 420-465, 2021.
[3] IBGE. (2023). Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD). Disponível em: . Acesso em 10 ago. 2024.
[4] PINTO, Karina Danielly Cavalcanti; CAVALCANTI, Alessandra do Nascimento; MAIA, Eulália Maria Chaves. Princípios, desafios e perspectivas dos cuidados paliativos no contexto da equipe multiprofissional: revisão da literatura. Psicología, Conocimiento y Sociedad, v. 10, n. 3, p. 151-172, 2020.
[5] MACHADO, Amanda Fernandes et al. Recursos da Tecnologia Assistiva: estratégia de promoção da saúde para pessoa idosa. 2016.

Palavras Chave

Cuidados Paliativos; Farmácia clinica; Vulnerabilidade social