X Congresso Brasileiro de Cuidados Paliativos

Dados do Trabalho


Título

CUIDADOS PALIATIVOS NA INSUFICIENCIA CARDIACA EM PACIENTE COM ESQUIZOFRENIA E CONTRAINDICAÇAO PARA TRANSPLANTE: RELATO DE CASO

Apresentação do caso

Paciente masculino, 55 anos, ex-tabagista, diabético tipo II, com diagnóstico de esquizofrenia grave admitido na UTI, em 06/03/2022, com Insuficiência Cardíaca (IC) tipo 2, com baixo débito cardíaco e fração de ejeção ventricular em 24%. Fez uso máximo de dobutamina, apresentando sintomas mesmo em repouso, caracterizando a IC em classe IV. Em 2021, o paciente implementou 2 stents, devido uma miocardiopatia isquêmica gerada por uma doença arterial coronariana e teve um edema agudo de pulmão superado. O ECG mostrou importante aumento biatrial, disfunção e hipocinesia difusa de VE e disfunção de VD com leve aumento, além de insuficiência valvar mitral e tricúspide de grau leve. Em 13/05/22, paciente teve grande derrame pleural à direita que foi tratado.

Discussão

A IC é uma patologia marcada pela incapacidade do coração em manter o débito cardíaco para o funcionamento adequado do corpo, evolui progressivamente e com prognóstico desfavorável. Em casos avançados, o transplante cardíaco é indicado, a partir de critérios do Sistema Nacional de Transplantes, que considera a capacidade do paciente em seguir a conduta pós-cirúrgica. Sendo assim, pacientes com EG podem não se enquadrar nos critérios de transplante, devido aos riscos pós-operatórios. Com base na IC classe IV sem melhora terapêutica, o tratamento ideal seria o transplante de coração, visto que o paciente se enquadra na classe III da Diretriz Brasileira de Transplante Cardíaco. Porém, em decorrência da EG, o paciente não se enquadra nos critérios para o transplante, devido ao pós-operatório com alto risco de complicações e possível óbito. Foi realizada em 10/06/22 uma conferência com a família que informou da impossibilidade do transplante e o risco de morte súbita. Em virtude do risco de vida e do quadro sintomático que a IC causava, os Cuidados Paliativos (CP) já haviam sido integralizados na terapêutica, contudo, dada a irreversibilidade do quadro de IC, a partir da descoberta da contraindicação do transplante, os CP tiveram papel fundamental na vida do paciente, haja vista a escolha de acompanhamento em domicílio como conduta, a partir da alta hospitalar, além da diminuição de medidas invasivas para manter débito cardíaco e a ressignificação da fase final da vida.

Considerações finais

Os CP permitiram melhorias na qualidade de vida, a diminuição da dor, o suporte emocional, a renúncia de intervenções não benéficas e o conforto ao paciente, mesmo na irreversibilidade da IC.

Palavras Chave

INSUFICIÊNCIA CARDÍACA; Esquizofrenia; Transplante cardíaco;

Área

Controle de sintomas e qualidade de vida

Autores

NOLAN RAFAEL ROCHA PALMA, CHRISTOFHER PHILLIPP DE ANDRADE SILVA, SEBASTIÃO CÉSAR RABELO DE MEDEIROS FILHO , EDUARDO ALVES LEAL JUNIOR