Dados do Trabalho
Título
CUIDANDO DO SOFRIMENTO SOCIAL EM FIM DE VIDA EM AMBULATORIO E ENFERMARIA ONCOLOGICA DE UM HOSPITAL DO INTERIOR DE SAO PAULO
Apresentação do caso
M.R.D, 79 anos, tumor de reto, aposentada, residindo sozinha em Jacareí, rede familiar e apoio ausente, filho único de paradeiro desconhecido. Primeira consulta ambulatorial no Serviço Social em janeiro de 2022, com acompanhante voluntária, realizado contato com a Unidade Básica de Saúde de referência, que relatou não adesão às orientações e tratamentos por opção da paciente, embora orientada por diversas vezes quanto à importância dos acompanhamentos. Na avaliação oncológica houve indicação de quimioterapia e radioterapia seguida de cirurgia, porém, devido a piora do quadro clínico e não aderência ao tratamento proposto, encaminhada ao CREAS – Centro de Referência Especializado de Assistência Social. Após inúmeras articulações com a rede de serviços (Hospital, Unidade Básica de Saúde, CREAS, Psicologia e Secretaria de Assistência Social do Município), objetivando suporte necessário para seguimento do tratamento, foi solicitada vaga em ILPI – Instituição de Longa Permanência para Idosos, para garantia do mínimo cuidado preconizado pelo Estatuto do Idoso e concomitante apoio psicossocial do hospital. Falecida após 1 ano e 10 meses da primeira avaliação, sob assistência da Equipe Hospitalar de Cuidados Paliativos, com acesso aos recursos e direitos preconizados pelo Estatuto do Idoso, mesmo sem nenhuma rede de apoio familiar.
Discussão
Desde os primórdios da civilização, a finitude e o processo de morrer são fontes de reflexões, pois, culturalmente instaurou-se como uma problemática pessoal, familiar e social que gera grandes transtornos e sofrimentos. Dentro deste contexto, os Cuidados Paliativos surgem como uma forma de oferecer ao paciente e sua família, qualidade de vida e alívio do sofrimento social. Devido à lenta implantação dos serviços direcionados a pacientes em finitude de vida, e a escassez de produções científicas do Serviço Social voltadas especificamente para esse tema, constatamos que poucos Assistentes Sociais se apropriam desse espaço de maneira capacitada e se ocupam das demandas apresentadas diante das fases: final de vida e morte. O caso exigiu da assistência social da Equipe de Cuidados Paliativos, identificação e acolhimento das demandas sociais do paciente, mediação e articulação intersetorial todas permeando educação em cuidados paliativos.
Considerações finais
Considerando que todas as demandas aqui mencionadas são escopo do Serviço Social, buscamos despertar reflexões sobre a incipiente atuação do profissional Assistente Social em equipes de Cuidados Paliativos.
Palavras Chave
FINITUDE; Sofrimento social; Serviço Social
Área
Controle de sintomas e qualidade de vida
Instituições
HOSPITAL SÃO FRANCISCO DE ASSIS - São Paulo - Brasil
Autores
INGRID HEISE ARAUJO GASPAR, ISLAINE SOUZA DA SILVA, TAIS FATIMA MORETTI NEVES, ELITANIA MARINHO PONTES