X Congresso Brasileiro de Cuidados Paliativos

Dados do Trabalho


Título

O PAPEL DA NUTRIÇAO EM CUIDADOS PALIATIVOS PEDIATRICOS: RELATO DE EXPERIENCIA NO PROGRAMA DE ATENÇAO DOMICILIAR

Introdução

A alimentação apresenta um caráter simbólico que proporciona conforto emocional e prazer. Muitas vezes, mesmo quando a família tem consciência do prognóstico do paciente, ela insiste que esse paciente seja alimentado. Em Cuidados Paliativos Pediátricos (CPP) que visa manter o conforto e a qualidade de vida, surgem dilemas bioéticos: a possibilidade de suspender a alimentação do paciente em situações específicas visando o conforto, e a reprovação dessa conduta por parte da família ou do próprio indivíduo, alegando que essa atitude pode acelerar a morte, principalmente em ambiente domiciliar.

Objetivo e Método

Objetivos: Relatar a experiência do nutricionista no Programa de Atenção Domiciliar (PAD), destacando o manejo nutricional de pacientes em CPP e discutir desafios e práticas que possam contribuir para a formação de outros profissionais. Método: Relato descritivo da experiência do nutricionista do PAD, baseado na prática clínica cotidiana, que envolve compartilhar estratégias e desafios no cuidado nutricional de pacientes em CPP.

Resultados

Pacientes em via oral: Mantém-se a oferta de alimentos da preferência do paciente respeitando sua capacidade de mastigação e deglutição, presença de sintomas gastrointestinais e também o suporte de ventilação. Pacientes com sondas: Para manter motilidade intestinal preservada, é mantido uma infusão mínima de dieta a fim de manter o peristaltismo, correspondendo de 20 a 30% de suas necessidades nutricionais, podendo variar de 30 a 50ml a cada 3 horas para pacientes adolescentes. Para o paciente paliativo em fim de vida respeita-se a oferta mínima de nutrição para conforto, e o controle de sintomas associados a alimentação, deve ser bem traçado com a família e com paciente, tendo em vista a manutenção do prazer em comer e também minimizar quaisquer desconfortos gastrointestinais, oferecendo alimentos que evitem a piora dos sintomas e o agravamento da doença. Uma das principais limitações é a falta de capacitação especializada para nutricionistas no manejo de pacientes em CPP, o que pode resultar em dificuldades éticas na tomada de decisões e na oferta de cuidados adequados.

Conclusão/Considerações finais

A atuação do nutricionista em cuidados paliativos pediátricos é desafiadora, exigindo uma formação específica e continuada, além de uma colaboração estreita com uma equipe multidisciplinar. Treinamentos e protocolos são essenciais para unificar o cuidado, garantir conforto ao paciente e minimizar os conflitos éticos entre equipe e família.

Referências

Amorim, G.K.D; Silva, G.S.N. Nutricionistas e cuidados paliativos no fim de vida: revisão integrativa. Revista bioética, v.29, n.3, p.547-57, 2021.

Palavras Chave

cuidado paliativo pediátrico; Serviço de Assistência Domiciliar; terapia nutricional

Área

Controle de sintomas e qualidade de vida

Instituições

HOSPITAL INFANTIL ALBERT SABIN - Ceará - Brasil

Autores

REBECA SILVESTRE CHAVES SILVA, TIAGO FREIRE MARTINS, KAROLINA SILVA BRANDÃO, JOANA SUELLE CAVALCANTE MARQUES, LUCIANA FERREIRA RIBEIRO, CINARA CARNEIRO NEVES