X Congresso Brasileiro de Cuidados Paliativos

Dados do Trabalho


Título

BENEFICIOS DA ABORDAGEM FAMILIAR E DA DECISAO COMPARTILHADA PARA ESTABELECIMENTO DE CUIDADOS PALIATIVOS DE PACIENTE ADULTA COM ADENOCARCINOMA COLORRETAL MESTASTATICO, MESMO EM FASE FINAL

Apresentação do caso

P.R.R, 55 anos, Natural de Minas Gerais, residente em um Município do interior do estado. Mãe de 3 filhos, 15, 17 e 21 anos. No momento sem parceiro, viúva do segundo companheiro. Pais vivos e idosos. Tem três irmãos mais velhos, sendo um médico e principal coordenador do cuidado. Dentista e professora universitária aposentada, desde o diagnóstico. Tem fé espírita, relata ser otimista e perspicaz. Como hobbies gosta de estudar inglês e fazer trabalhos sociais. Tem apoio familiar. Em 2020, após sangramento de trato gastrointestinal foi diagnosticado Adenocarcinoma do tipo intestinal (T2N0M1A) com metástase hepática, ao diagnóstico. Feita colectomia 15 dias depois; Quimioterapia (QT) adjuvante; após 10 meses nova segmentectomia. Seis meses após, surgimento de novas metástases, com vários ciclos de QT. Com a progressão da doença, tornou-se arresponsiva ao tratamento evoluindo com insuficiência hepática. Não havia sido proposto pelo oncologista do seguimento a possibilidade da abordagem paliativa. A Família procurou Equipe de Cuidados Paliativos (CP) por conta própria, que realizou a abordagem familiar da paciente, em casa, com conversas em grupo e separadas: paciente, filhos, pais e irmãos. Paciente tinha noção da finitude mas não falava sobre o assunto com a família para não se passar como “desistência” do tratamento. Ela dizia que “queria lutar para continuar cuidando dos filhos”. Foi ouvida e acolhida em suas vontades. Alinhado quadro real e atual com a família, inclusive perspectiva de morte. Sete dias depois paciente veio a óbito em casa, com a família, controle de sintomas adequado e suas vontades respeitadas.

Discussão

De acordo com Alves (2023),“O fechamento de vida, definido como o processo de colocar em dia os assuntos e tarefas de preparação para a morte, exemplifica o cenário propício e desafiador para a interação entre a equipe, pessoas em cuidados paliativos e suas famílias”. Como o assunto não tinha sido abordado entre familiares, essa abordagem em fase final quebrou o “cerco do silêncio” e permitiu que pendências fossem resolvidas e vontades respeitadas.

Considerações finais

Nesse caso, a abordagem Paliativa com reunião familiar e decisão compartilhada possibilitou alívio de sofrimento nesses últimos dias. Diante do exposto, entende-se que a inserção dos Cuidados Paliativos, pautada na abordagem familiar e na decisão compartilhada traz benefícios em qualquer fase de doença, inclusive quando instituído nos últimos dias, garantindo dignidade para o paciente enquanto vive.

Palavras Chave

Cuidados Paliativos; Decisão Compartilhada

Área

Outras áreas

Autores

JULIANA KARINE SIQUEIRA LEITE, DENISE BORBA GALDINO, CYNTIA MARA SIQUEIRA LEITE, MARIA TERESA ALVES ROMAO, WALIFER JOSE DA SILVA PIRES