X Congresso Brasileiro de Cuidados Paliativos

Dados do Trabalho


Título

ERA UMA VEZ... HISTORIAS DE CRIANÇAS (CON)VIVENDO COM A RECIDIVA DO CANCER E SEUS ENSINAMENTOS SOBRE O CUIDADO

Introdução

Caminhar nos corredores de um hospital pediátrico especializado em oncologia é um desafio para as crianças que enfrentam a trajetória do tratamento, assim como, para os que experienciam o câncer como cuidador familiar ou profissional. No Brasil, novos casos surjam anualmente, constituindo um grave problema de saúde pública.

Objetivo e Método

Realizamos uma pesquisa qualitativa objetivando compreender a experiência de adoecimento para as crianças em recidiva oncológica. O estudo foi realizado em um hospital pediátrico referência em oncologia, localizado no município de Natal/RN. Como estratégia metodológica, utilizamos a entrevista narrativa mediada por recursos projetivos: o desenho do hospital e o boneco-personagem, para quem as crianças contaram suas histórias, além do diário de campo da pesquisadora. Para a análise e interpretação das narrativas recorremos à Hermenêutica Gadameriana. Participaram da pesquisa cinco crianças, hospitalizadas, em recidiva oncológica, de ambos os sexos, com idade entre sete a dez anos.

Resultados

A partir do diálogo com as narrativas das crianças temos três eixos temáticos: 1) “Era uma vez...o hospital e minha doença”. Elas revelam que o hospital é um lugar estranho inicialmente, onde vivenciam diversas dores (física, social e emocional e espiritual), assim como se torna um lugar de cuidados que possibilita a esperança da cura. Sobre o adoecimento, elas contam as perdas do ‘mundo de lá’: o afastamento da escola, das brincadeiras, dos familiares e amigos. Relatam dores físicas que suscitam dores emocionais causadas por tantas limitações. No lidar com as dores surge a capacidade ou o aprendizado da resiliência. 2) “Era uma vez...cuidar porque ela voltou”. Com o impacto de precisar começar tudo de novo, as crianças falam sobre o retorno das perdas do mundo de lá e as dores vivenciadas em tratamentos anteriores; os temores diante de novos procedimentos, as incertezas do tratamento, o medo da morte, a fé e a esperança na cura. 3) “Era uma vez...o Cuidado humanizado” As crianças revelam o que fazem para espantar a tristeza: as brincadeiras; a relação afetuosa com os cuida-dores familiares e profissionais e a presença da fé que promove a esperança em dias melhores.

Conclusão/Considerações finais

Por meio dos ensinamentos dessas crianças, destacamos o quanto a escuta atenta e compassiva, de forma clara e cuidadosa possibilita a construção de uma relação terapêutica entre a criança-família-profissionais de saúde capaz de subsidiar as melhores práticas do Cuidado humanizado.

Palavras Chave

Crianças com câncer; reicidiva; Humanização do Cuidado

Área

Populações

Autores

GEÓRGIA SIBELE NOGUEIRA DA SILVA, RAFAELLA MARIA DE VARELLA DOMINGUES