Dados do Trabalho

Título

ESTENOSE DE FISTULA ARTERIOVENOSA COMPLICADA COM INFECÇAO EM PACIENTE COM DOENÇA RENAL CRONICA DIALITICO: RELATO DE CASO

Apresentação do Caso

Paciente do gênero masculino, 27 anos, com DRC dialítica há 5 anos, em uso de fístula arteriovenosa (FAV) em membro superior esquerdo, admitido em enfermaria para investigação de edema progressivo em pescoço, hemitórax e hemiface esquerdos, dispneia e
zumbido em ouvido ipsilateral há 3 meses. O quadro associou-se à febre e calafrios após sessão de hemodiálise há 20 dias. Após falha terapêutica prévia do esquema vancomicina e ceftazidima por 14 dias, optou-se pela introdução do meropenem durante o período de internação. O Doppler de membro superior esquerdo revelou presença de fístula arteriovenosa braquiocefálica com alto débito em membro superior esquerdo com fluxo bidirecional parcialmente invertido em artéria braquial
esquerda pós-anastomose com veia cefálica. Os achados foram confirmados com resultado da Flebografia do vaso e Cavografia Superior que evidenciou imagem de estenose significativa e curta, com refluxo por colaterais/mediastinais. Realizada angioplastia com balão de estenose em fístula arteriovenosa sem intercorrências e remissão dos sintomas congestivos e sensação de sopro da
fístula em ouvido ipsilateral. Paciente, ainda, realizou coleta de hemocultura com 2 amostras negativas e remitiu dos sintomas de febre e calafrios com retirada do antimicrobiano após 18 dias de uso. Houve melhora significativa e progressiva do quadro de edema, logo após a realização do procedimento endovascular.

Discussão

Estenose e infecção estão entre as complicações mais prevalentes das fístulas
arteriovenosas e, principalmente quando associadas, agravam a condição do paciente por aumentar
a morbimortalidade (exemplo: risco de trombose), além de potencialmente inviabilizar esse acesso
vascular definitivo para hemodiálise.

Comentários Finais

O presente caso ilustra como o domínio das principais complicações tardias
das fístula arteriovenosa, diagnóstico precoce e instituição imediata da terapêutica são essenciais
para a evolução exitosa do paciente com doença renal crônica dialítico.