Dados do Trabalho

Título

PERITONITE POR ASPERGILLUS EM PACIENTE EM DIALISE PERITONEAL AMBULATORIAL CONTINUA

Apresentação do Caso

Relatamos o caso de uma mulher de 86 anos, que realizou diálise peritoneal ambulatorial contínua, desde o início da terapia renal substitutiva, a sua doença de base era a doença renal do diabetes, ela procurou atendimento devido a dor abdominal e efluente turvo, sendo diagnosticado o primeiro episódio de peritonite 27 meses após o início da terapia, além de diabetes mellitus, era portadora de hipertensão arterial sistêmica, obesidade, dislipidemia e hipotireoidismo. Foi retirado o cateter de Tenckhoff imediatamente após o diagnóstico de peritonite fúngica, transicionada para hemodiálise e iniciado Fluconazol intravenoso. Após o resultado da cultura, foi evidenciado Aspergillus sp e associado Anfotericina B ao tratamento. A paciente teve uma boa evolução clínica e 48h após a retirada do cateter já não apresentava mais dor abdominal, realizou hemodiálise sem intercorrências, porém no sexto dia de internação hospitalar apresentou parada cardiorrespiratória em decorrência de uma broncoaspiração na enfermaria, evoluindo a óbito.

Discussão

A peritonite fúngica em pacientes submetidos à diálise peritoneal (DP) é uma complicação grave e está associada a morbimortalidade significativa. Dentre os patógenos fúngicos, a peritonite por Aspergillus apresenta maior taxa de mortalidade quando comparada à peritonite por Candida e sua identificação, bem como o tratamento adequado, continua sendo um desafio.

Comentários Finais

Destacamos que a peritonite fúngica é incomum em pacientes submetidos à diálise peritoneal e o diagnóstico de peritonite por Aspergillus é raro. O tratamento precoce com agentes antifúngicos apropriados pode ser determinante para o prognóstico do paciente, porém a mortalidade permanece alta. Nesse caso a paciente teve uma complicação por broncoaspiração, não sendo possível avaliar o desfecho clínico da infecção fúngica.