1° Congresso Norte-Nordeste de Nefrologia

Dados do Trabalho


Título

SEPSE EM DECORRENCIA DE HERNIA FEMORAL ESTRANGULADA ASSOCIADA A LESAO RENAL AGUDA: UM RELATO DE CASO

Apresentação do Caso

Paciente do sexo feminino, 56 anos, branca, viúva. Admitida em serviço terciário há 2 meses com hérnia femoral esquerda estrangulada e fasceíte necrosante, foi submetida a hernioplastia femoral e a ileostomia com debridamento após evolução para quadro de sepse. Na internação, houve a realização de uma sessão de hemodiálise, devido ileostomia de alto débito e de Lesão Renal Aguda (LRA). Há 12 dias, retornou à emergência do mesmo serviço, referindo lombalgia de grande intensidade, associada a quadro de oligúria, hiporexia, náusea e vômito, apresentando alteração da função renal. Ao realizar Tomografia Computadorizada (TC), havia um cálculo em topografia da junção uretrovesical esquerda, medindo 3,4 mm. Nesse quadro de LRA, foram realizados procedimentos de urgência, como hemodiálise e introdução do cateter Duplo J à esquerda, após paciente apresentar urosepse. Após medidas terapêuticas se mantém estável e em uso das medicações: hidroclorotiazida e loperamida.

Discussão

A nefrolitíase é uma das causas de LRA do tipo pós-renal. O tamanho de cálculo possuía boa probabilidade de sair espontaneamente, o que poderia ser auxiliado com o uso da tansulosina por ser um cálculo que estava no ureter. No entanto, havia hipotensão, que é uma condição atrelada à própria fisiopatologia da sepse. À obstrução ureteral por cálculo, cabe maior preocupação. O sumário de urina, hemograma e urocultura são úteis para saber a urgência de desobstrução, com o intuito de entender o quadro e, assim, saber se a primeira opção é o cateter duplo J ou a tansulosina. O quadro de LRA da paciente provavelmente é oriundo da hipovolemia e da obstrução ureteral. Logo, é uma paciente com lesão pré-renal e pós-renal. A obstrução ureteral por cálculo poderia ter alterado a funcionalidade renal por estase urinária, a qual poderia ter evoluído para hidronefrose, sendo, então, essencial a TC para melhor avaliação.

Comentários Finais

O caso repercute uma nefrolitíase com um quadro emergencial, decorrente das manifestações anteriores a esse diagnóstico. O quadro clínico se encontra instável devido às enfermidades manifestadas. A equipe se preocupa, primeiramente, com os distúrbios que causam risco de morte. Logo, a terapêutica é voltada para tratar as complicações. Após as intervenções adequadas para situação foi percebido correlações dos sinais apresentados com LRA. Por fim, é necessário o monitoramento de possíveis emergências, analisando a função renal e possíveis associações que possam dificultar a terapêutica dessa paciente.

Área

Injúria Renal Aguda

Instituições

Universidade Estadual do Ceará - UECE - Ceará - Brasil

Autores

Francisca Dayane Vieira Silva, Mylena Braga Davi, Renan Martins Lopes, Raquel da Silva Frota, Marcos Matheus dos Santos Silva, João Guilherme de Mello Batista