Dados do Trabalho
Título
RESPOSTA TERAPÊUTICA DA CICLOSPORINA EM COMPARAÇÃO AO RITUXIMABE NA GLOMERULONEFRITE MEMBRANOSA: UM RELATO DE CASO
Apresentação do Caso
Paciente masculino, 54 anos, foi referenciado para o nefrologista no dia 04/11/2020, após apresentar quadro de proteinúria em níveis nefróticos, já realizado biópsia renal com diagnóstico de glomerulonefrite membranosa (MBG). Apresentou resultado negativo para anti-PLA2R. Bom estado geral, sem queixas ou presença de edema. Exames de 26/11/2020 ureia 47; creatinina 0,99; albumina 3,4; sumário de urina com proteinúria (ptn) 4.005mg. Iniciou ciclosporina (CsA) 150 mg 2x ao dia e prednisona 40mg pela manhã. Sucedeu bem com tratamento por 4 meses, com diminuição no valor da ptn. Retornou no dia 03/03/2021, com exames apresentando diminuição no valor da ptn para 1640 mg, no entanto com aumento da creatinina: 1,65. Em 08/10/2021, apresentou edema de MMII, relata início de alprazolam 0,25mg por prescrição psiquiátrica. A PA máxima registrada foi de 175x105mmHg em 01/12/21. Após 14 meses em uso da CsA sem remissão, ptn e creatinina altas, devido a nefrotoxicidade da Csa, optou-se por iniciar o tratamento com rituximabe (RTX), em 31/01/2022 e em 15/02/2022, 1° dose e 2° dose, respectivamente. Exames em 11/03/22 apresentaram creatinina 1,16; ureia 59; ptn 7070 mg. Ainda sem remissão, mesmo com as 2 doses de imunobiológico, foi continuado o tratamento. Após a 3° dose de RTX em 31/03/2022, o valor de ptn caiu para 3200 mg; uréia 63; creatinina 1,24; albumina 4. Em busca da melhora terapêutica, foram prescritas mais 3 doses do imunobiológico. A última dose administrada no dia 05/08/2022 apresentou efetividade, com valor de ptn 1330mg. Exames realizados em 03/02/2023, última consulta, mostraram uréia 61; creatinina 1,36; ptn 416,58 mg. Após evoluir bem, manteve demais medicações com acréscimo de dapaglifozina 10mg e furosemida 40mg.
Discussão
A MBG é uma doença autoimune caracterizada pela presença de autoanticorpos direcionados aos antígenos podocitários. Conforme a literatura, recomenda-se uso de RTX para os casos de alto risco (proteinúria acima de 8g e clearance de creatinina menor do que 60 ml/min). O paciente teve estas duas características e ainda a nefrotoxicidade.
Comentários Finais
O caso válida a boa resposta do tratamento com RTX já presente na literatura e evidencia a qualidade deste imunobiológico, devido ao seu perfil de segurança favorável, sendo, atualmente, opção de tratamento de primeira linha para glomerulonefrite membranosa, especialmente em pacientes com risco moderado e alto de deterioração da função renal.
Área
Doenças Glomerulares
Instituições
Universidade Estadual do Ceará - Ceará - Brasil
Autores
Karla Larissa de Andrade Pinto, Marina Karen Mendes Coelho, Thiago Luís Marques Lopes, Raquel da Silva Frota, Helena Mendes Pereira, Paula Frassinetti Castelo Branco Camurça Fernandes