1° Congresso Norte-Nordeste de Nefrologia

Dados do Trabalho


Título

IMPACTO DO IMPLANTE DE VALVULA AORTICA TRANSCATETER NA FUNÇAO RENAL: UM RELATO DE CASO

Apresentação do Caso

F.P.A., 83 anos, hipertenso, dislipidêmico, intolerante à glicose, portador de doença renal crônica, submetido a cirurgia de revascularização do miocárdio em 2004, portador de FA crônica e insuficiência cardíaca com fração de ejeção preservada. O paciente buscou serviço hospitalar terciário com queixas de edema em membros inferiores, astenia e oligúria. Após realização de exames laboratoriais constatou-se aumento da creatinina basal de 1,4 para 2,15 além de ecocardiograma com alterações como: hipertrofia de ventrículo esquerdo excêntrica importante, aumento importante de câmaras esquerda e átrio direito, insuficiência mitral discreta a moderada, insuficiência aórtica importante, sinais de hipertensão pulmonar (PSAP=48MMHG), FEVE=52% e cardiomegalia. O caso foi discutido com a equipe de cardiologia e obteve-se como decisão o implante transcateter de válcula aórtica (TAVR), após o procedimento o paciente manteve o padrão de FA visto no ECG, apresentou uma redução da creatinina para 1,6 além de iniciar o uso de anticoagulante via oral com apixabana duas vezes ao dia. O paciente recebeu alta hospitalar com melhora clínica do edema de membros inferiores, diurese espontânea e ausência de complicações agudas após o procedimento.

Discussão

A entidade "síndrome cardiorrenal" foi descrita em 2004 na qual avaliaram as complexas relações entre o coração e os rins. A principal fisiopatologia envolvida nessa síndrome são o aumento das pressões venosas centrais e intra-abdominais, débito cardíaco reduzido, desregulação neuro-hormonal, estresse oxidativo e mediadores inflamatórios. A estenose aórtica (EA) degenerativa representa uma das doenças cardíacas valvares mais prevalentes e uma causa importante de insuficiência cardíaca. Diante disso, a EA pode causar prejuízos à função renal pela hipoperfusão arterial e congestão venosa sistêmica e por outro lado, a doença renal crônica também é um importante fator de risco para EA, devido à calcificação maciça dos folhetos valvares, imposta principalmente pelo desequilíbrio do cálcio e fósforo.

Comentários Finais

Os avanços da substituição da válvula aórtica transcateter (TAVR) para o tratamento da EA trouxe uma nova perspectiva para um grupo de pacientes que devido ao seu perfil clínico, caracterizado pela presença de múltiplas comorbidades, são impossibilitados de serem submetidos à substituição da válvula aórtica cirúrgica convencional. Assim, a TAVR se apresenta como uma alternativa terapêutica viável e menos invasica em pacientes portadores de EA e DRC.

Área

Nefrologia Clínica

Instituições

HUWC - Ceará - Brasil

Autores

Thaysla Soares, Thaysla Soares, Thiele Morais Soares, Thiele Morais Soares