Dados do Trabalho
Título
MORTALIDADE CAUSADA POR DOENÇA RENAL CRONICA ASSOCIADA A OBESIDADE NA REGIAO NORDESTE NO ANO DE 2015 A 2020 : UMA ANALISE EPIDEMIOLOGICA
Introdução
A obesidade é, sabidamente, um importante fator de risco tanto para a
hipertensão arterial sistêmica (HAS), como para a diabetes mellitus (DM) e configura, dessa
forma, um predisponente importante para a doença renal crônica (DRC). O excesso de
gordura corporal provoca uma série de alterações bioquímicas e estruturais que aumentam
o risco de desenvolvimento de HAS e DM2, como a resistência à insulina e o dano endotelial
provocado pelas adipocinas. (Júnior et al., 2016). Desse modo, estudos epidemiológicos
são taxativos quanto à alta prevalência de nefropatia diabética e hipertensiva nos quadros
de doença renal crônica (DRC). Assim, a obesidade, condição muito prevalente na
sociedade, com cerca de 41 milhões de adultos brasileiros classificados como obesos,
segundo senso de 2019 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE),
relaciona-se indiretamente como fator predisponente à DRC. O trabalho tem o intuito de
realizar uma análise pormenorizada de dados epidemiológicos que demonstrem a
relevância de medidas preventivas contra fatores de risco altamente prevalentes para o
desenvolvimento de DRC, levando em consideração o número de internações, custos e
morbimortalidade desses pacientes durante o período avaliado.
Objetivos do projeto
Correlacionar por meio dos dados epidemiológicos, dos anos de 2015 a 2020, a
doença renal crônica com a obesidade e permitir a análise sobre os gastos gerados no
SUS com o menosprezo das ações preventivas à obesidade e sua capacidade de
influenciar nas contas públicas.
Metodologia utlizada
Trata-se de uma análise epidemiológica realizada pela coleta de dados
referente a relação da DRC e obesidade no Nordeste nos anos de 2015 a 2020, sendo
obtidos através das plataformas DATASUS, IBGE e pelo estudo de artigos científicos.
Resultados alcançados
No nordeste, durante o período avaliado de 2015 a 2020, 136.629 pessoas
foram internadas com o quadro de IRC, gerando uma despesa de cerca de 460 milhões de
reais para o SUS. Ademais, um estudo transversal publicado pela Revista da Escola de
Enfermagem da Universidade de São Paulo mostrou que dos 229 pacientes com HAS 86
tinham DRC (59,3%). Além disso, 53% dos pacientes hipertensos com DRC tinham
antecedentes pessoais de DM (Pinho; Oliveira; Pierin, 2015).
Comentários finais / conclusões
É notório que a doença renal crônica é uma patologia com grande
prevalência no Brasil, causando impacto negativo na vida das pessoas e custos elevados
para as contas públicas. Diante do exposto neste trabalho, é válido a análise de medidas
preventivas, por parte do Estado, em relação ao combate à obesidade. Assim, faz-se
necessária a adoção de políticas fiscais que desincentivem a ingestão de alimentos
ultraprocessados, com excesso de gorduras e sais, por meio da implementação de
impostos sobre estes. Com isso, o valor obtido através desses impostos pode ser usado em
ações educativas de prevenção à obesidade, reduzindo a incidência de casos de DRC.
Palavras Chave
Hipertensão, Diabetes Mellitus, Obesidade, Doença Renal Crônica
Área
Doença Renal Crônica
Instituições
Universidade de Fortaleza - Ceará - Brasil
Autores
José Carlos Jucá Pompeu Neto, Isabella Feitosa Ulisses Pita, Davi Ribeiro Cavalcante