41º Congresso Norte Nordeste de Cardiologia e 27° Congresso Cearense de Cardiologia

Dados do Trabalho


Título

ANEURISMA DO SEGMENTO BASAL DA PAREDE INFERIOR DO VENTRÍCULO ESQUERDO: UM RELATO DE CASO.

Introdução

Apresentamos o caso de uma paciente com diagnóstico de aneurisma do segmento basal da parede inferior do ventrículo esquerdo, apresentação rara de Aneurisma do Ventrículo Esquerdo (AVE), uma vez que a parede anterior é o local mais comumente acometido por essa complicação. 

Descrição do caso

Mulher, 83 anos, hipertensa, portadora de doença arterial obstrutiva periférica e história de Infarto Agudo do Miocárdio (IAM) há 20 anos. Foi internada para realizar amputação do 2° pododáctilo esquerdo, evoluiu com pneumonia complicada por derrame pleural visto em radiografia de tórax, seguido de tomografia para melhor avaliação, na qual foi visualizado AVE em parede posterior, sendo realizado ecocardiograma transesofágico, no qual foi observado miocardiopatia dilatada de etiologia isquêmica com fração de ejeção de 25% e aneurisma de 2,4 x 4,4 mm na porção basal da parede inferior do ventrículo esquerdo. Otimizada terapia clínica e optado por conduta conservadora, pois a paciente possuia doença coronariana estável. O termo “aneurisma ventricular” é atribuído à região do ventrículo que se torna delgada e dilatada, levando à acinesia ou discinesia de um ou mais segmentos miocárdicos durante a contração ventricular. A principal causa de AVE é o IAM, que ocorre em cerca de 5 a 38% dos casos, sendo essa a complicação mecânica mais comum após a isquemia cardíaca, com incidência de 15%. Essa consequência pode gerar alteração da contratilidade cardíaca causando prejuízo na área infartada, inclusive no músculo cardíaco viável, podendo causar complicações como: insuficiência cardíaca, arritmias e eventos cardioembólicos. O principal local de formação do aneurisma é a parede anterior, em 70-85% dos casos. A prevalência desse tipo de acometimento ocorre devido ao suprimento sanguíneo dessa parede depender, sobremaneira, da artéria descendente anterior, de modo que uma obstrução total desse vaso pode gerar interrupção do fluxo para essa região. O aneurisma de parede inferior é raro, devido ao menor impacto à contratilidade do ventrículo esquerdo nos infartos relacionados à coronária direita. Assim, pacientes com AVE têm repercussões clínicas que impactam na morbimortalidade e sobrevida, estimada em 71% em 5 anos.

Conclusões

O AVE é uma complicação rara, sendo ainda mais incomum o acometimento da parede inferior, como é o caso em questão. Essa enfermidade pode gerar diversas complicações que impactam na sobrevida e morbimortalidade, sendo o diagnóstico precoce crucial para o seguimento clínico desses pacientes.

Área

Medicina

Instituições

HOSPITAL CENTRAL CORONEL PEDRO GERMANO - Rio Grande do Norte - Brasil

Autores

EMILLY CARDINALLI MARTINS REBOUÇAS, ANTÔNIO FERNANDO COELHO JÚNIOR, RAISSA GABRIELA VIEIRA DA CÂMARA BARROS, ROSEANE RACKEL MATOS PEREIRA, THIAGO SANTOS CUNHA LIMA