41º Congresso Norte Nordeste de Cardiologia e 27° Congresso Cearense de Cardiologia

Dados do Trabalho


Título

Monitoramento Remoto de Marca-passos e Desfibriladores – Eficaz e Seguro no Brasil?

introdução e/ou fundamentos

O Monitoramento Remoto (MR) de dispositivos cardíacos eletrônicos implantáveis (DCEI) tem se tornado um padrão de seguimento em diversos países, devido à eficácia, segurança, facilidades para o paciente e possibilidades de intervenções precoces. No Brasil, entretanto, essa forma de seguimento é uma exceção. Esse trabalho objetiva demonstrar os achados, a evolução e as peculiaridades desse acompanhamento de DCEI em um centro terciário do Brasil.

Objetivos

Esse trabalho objetiva demonstrar os achados, a evolução e as peculiaridades desse acompanhamento de DCEI em um centro terciário do Brasil.

Métodos

Trata-se de um estudo de coorte, prospectivo, envolvendo 119 pacientes, seguidos presencialmente a cada 6 meses e com MR diário, com idade média 72±14.2, fração de ejeção 55% (34.5/57%), 57.1% em Classe Funcional ≥ II, sendo 30.2% com marca-passos (MP), 42,8% com desfibriladores (CDI), 3,3% com MP biventriculares (CRT) e 22,7% com CRT e CDI. A regressão logística foi utilizada para obter evidências de que o MR estaria associado com os desfechos: mudanças de condutas imediatas, eletivas ou redução de internações.

Resultados e Conclusões

Foram detectados eventos em 63,9% dos casos no período de 29,5 ± 23 meses de seguimento, sendo que 16% apresentaram mais de 6 eventos e em 36,1% não foram detectadas alterações. Os eventos foram: 18,5% com alterações no eletrodo/bateria ou nos parâmetros de impedância torácica, 33,6% com arritmias ventriculares e 44,5% arritmias supra-ventriculares. 27,7% tiveram mais de um evento detectado. Dos pacientes, 86,5% mostraram-se seguros com essa forma de seguimento. Para os médicos o percentual foi de 91,6%. Os desfechos encontrados foram: 23,5% necessitaram de mudanças imediatas na conduta, enquanto 44,5% de mudanças eletivas. O MR foi fundamental para início ou manutenção da anticoagulação em 16,9% e evitou internações em 19,3% dos casos. Através de modelo de regressão logística, há evidências de que o MR teve impacto estatisticamente significante nas mudanças de conduta eletiva (p=0,03), mudanças de conduta imediata (p=0,007%) e redução de internações (p=0,04%). Portanto, pode-se concluir que o MR mostrou-se eficaz e seguro no seguimento de pacientes com DCEI em regiões em desenvolvimento no Brasil. Essa forma de seguimento permitiu diversas intervenções precoces ou eletivas que facilitaram o manuseio terapêutico e aumentaram a segurança dos pacientes.

Área

Medicina

Instituições

Universidade de Fortaleza - UNIFOR - Ceará - Brasil, Universidade Federal do Ceará - Ceará - Brasil, Universidade Federal do Ceará - Ceará - Brasil, Universidade Unichristus - Ceará - Brasil

Autores

FERNANDA PIMENTEL ARRAES MAIA, Luís Gustavo Bastos Pinho, Maria Eduarda Quidute Arrais Rocha, Marcela Sobreira Kubrusly, Eduardo Augusto Quidute Arrais Rocha, Maria Camila Timbó Rocha, Pedro Barbosa Duarte Vidal, Vitor Olímpio Coimbra, Bruna Sobreira Kubrusly, Eduardo Arrais Rocha