41º Congresso Norte Nordeste de Cardiologia e 27° Congresso Cearense de Cardiologia

Dados do Trabalho


Título

Casos Inusitados de Monitoramento Remoto de Desfibriladores Implantáveis durante a Pandemia de COVID-19

Introdução

Os desfibriladores cardíacos implantáveis (CDI) representam a terapia mais efetiva no tratamento de arritmias ventriculares graves. O acompanhamento rotineiro com consultas periódicas presenciais pode não ser suficiente devido à complexidade das patologias. A pandemia de COVID-19 trouxe mais limitações neste seguimento. Neste trabalho, relatamos uma série de casos em que o monitoramento remoto dos CDI foi de grande importância no tratamento.

Descrição do caso

Caso 1. LAFPP, 65 anos, com miocardiopatia isquêmica (MCI), taquicardia ventricular (TVS), com implante de CDI após parada cardíaca revertida. Após 7 anos, iniciou com alterações na impedância do eletrodo de choque, informação transmitida por via remota, necessitando reprogramação e mudança no vetor de choque, com normalização. Após 6 meses, recebida informação por e-mail como alerta vermelho, de alterações na impedância também de estimulação. Realizado implante de novo eletrodo. Durante o seguimento, paciente apresentou diversas TVS e fibrilação atrial (FA), com constantes necessidades de interação, com ajuste farmacológico e em uma ocasião de reprogramação.
Caso 2 . MM, 91 anos, portadora de CDI com marcapasso multisítio devido miocardiopatia dilatada. Durante acupuntura, houve um choque do CDI. O profissional havia usado eletro-acupuntura. Devido monitoramento remoto portátil, a informação foi transmitida para o profissional médico, que detectou uma terapia inapropriada e orientou paciente e profissional.
Caso 3. LRJ,72 anos, com MCI e valvar, internada com TVS, sendo implantado CDI. Após início de anti-arrítmico, não ocorreram novas arritmias no curto prazo. Após meses, iniciou com várias TVS, algumas com frequências elevadas, revertidas com extra-estímulos (ATP) e outras com frequências baixas, fora das zonas de terapias. Foram também detectadas FA, inadequadamente reconhecidas pelo CDI como TVS e tratadas com terapias inapropriadas de ATP. Ajustes terapêuticos foram realizados e em 2 ocasiões houve necessidade de reprogramação. Durante viagem internacional, novos eventos ocorreram e foram também acompanhados por via remota.

Conclusões

O monitoramento remoto durante a pandemia de COVID-19 dos pacientes
com CDI permitiu otimização terapêutica, redução de consultas presenciais, de internações e
choques inapropriados, com melhora na qualidade de vida e no tratamento de suas
patologias.

Área

Medicina

Instituições

Centro de Arritmia do Ceará-CACE - Ceará - Brasil, Universidade de Fortaleza-UNIFOR - Ceará - Brasil, Universidade Federal do Ceará-UFC - Ceará - Brasil, Universidade Unichristus - Ceará - Brasil

Autores

DAVI SALES PEREIRA GONDIM, Maria Eduarda Quidute Arrais Rocha, Rodrigo Carvalho Paiva, Marcela Albuquerque de Holanda, Eduardo Arrais Rocha