41º Congresso Norte Nordeste de Cardiologia e 27° Congresso Cearense de Cardiologia

Dados do Trabalho


Título

Monitoramento Remoto de Dispositivos Cardíacos durante a Pandemia de COVID-19. Oportuno e Eficaz?

introdução e/ou fundamentos

A pandemia de COVID-19 determinou grande dificuldade ou mesmo a
impossibilidade de consultas presenciais para diversos pacientes, incluindo os
cardiopatas e com dispositivos cardíacos implantados (DCEI). Esses pacientes
necessitam de um acompanhamento especial para testes e programações dos seus
dispositivos. Os grupos com monitoramento remoto (MR) puderam ser seguidos
durante a pandemia à distância, sem contato presencial, sendo importante as análises
dos resultados dessa população, considerando a possibilidade de ampliação dessa
forma de acompanhamento no Brasil. O objetivo deste estudo foi analisar os achados
dos DCEI seguidos por MR durante a pandemia de COVID-19.

Objetivos

O objetivo deste estudo foi analisar os achados
dos DCEI seguidos por MR durante a pandemia de COVID-19.

Métodos

Estudo de coorte, observacional, prospectivo, envolvendo 119 pacientes.
Foram considerados eventos detectados no MR a presença de arritmias atriais,
ventriculares, terapias do desfibrilador (CDI), alterações na bateria, no eletrodo ou nos
parâmetros de insuficiência cardíaca. As comparações foram realizadas pelos testes
do qui-quadrado e teste t- student pareado, com p<5% considerado significativo. 
Foram comparados os números de eventos durante a pandemia – grupo 1 (G1) e antes
da pandemia – grupo 2 (G2), sendo inicialmente o paciente usado como seu próprio
controle. Em seguida, foram comparadas as taxas de eventos do G1 com outro grupo,
seguido apenas antes do período da pandemia (G3).

Resultados e Conclusões

Os pacientes eram 30,2% sexo feminino, com idade média 72±14,2 anos,
com FE de 55% (34,5/57%), sendo os tipos de dispositivos: 30,2 % marca-passo (MP)
, 42,8% com CDI, 3,3% MP biventricular e 22,7% com MP/CDI. O G1 não apresentou
maior número de eventos quando comparados ao seu próprio controle-G2, RR 1.03 (IC
95% 0.83 - 1.28) ou em relação ao G3, RR 1.02 (IC 95% 0.81 - 1.30). Os grupos seguidos
durante a pandemia e fora da pandemia não apresentaram diferenças nas
características  como idade (p=0,86), FE (p=0,08) e CF≥ II (p=0,25).  
Conclusões. Durante a pandemia de COVID-19, os pacientes com DCEI seguidos por
MR tiveram elevado número de eventos observados.  A pandemia de COVID-19 não
determinou aumentos nos eventos arrítmicos nessa população do estudo. O MR deve
ser considerado como uma forma adicional de acompanhamento dos portadores de
DCEI no Brasil.

Área

Medicina

Instituições

Centro de Arritmia do Ceará (Cace) - Ceará - Brasil, Centro Universitário Christus (Unichristus) - Ceará - Brasil, Universidade de Fortaleza (Unifor) - Ceará - Brasil, Universidade Federal do Ceará (UFC) - Ceará - Brasil

Autores

EDUARDO AUGUSTO QUIDUTE ARRAIS ROCHA, Luis GUSTAVO BASTOS PINHO, Juvencio Santos NOBRE, Pedro Sales Pereira GONDIM, Arthur Holanda DANTAS, Pedro Barbosa Duarte VIDAL, Aston Alves de FREITAS, Vitor Olímpio COIMBRA, Davi Sales Pereira GONDIM, Bruna Sobreira KUBRUSLY, Fernanda Pimentel Arraes MAIA, Francisca Tatiana Moreira PEREIRA