41º Congresso Norte Nordeste de Cardiologia e 27° Congresso Cearense de Cardiologia

Dados do Trabalho


Título

Taquiarritmia supraventricular como gatilho para agravamento de disfunção ventricular em coronariopata submetida à quimioterapia cardiotóxica

Introdução

A cardiotoxicidade configura conjunto de complicações cardiovasculares que podem surgir durante e após o tratamento oncológico.

Descrição do caso

Feminina, 67 anos, portadora de HAS e DAC, CRVM há 15 anos, em tratamento para câncer de mama direita (estádio III), inicialmente submetida a cirurgia seguida de quimioterapia adjuvante (doxorrubicina/ciclofosfamida 4 ciclos seguido de paclitaxel semanal por 12 semanas). Queixa de dispneia progressiva após início da quimioterapia, que evoluiu aos pequenos esforços, edema de membros inferiores e tosse seca. Ao exame sinais de congestão sistêmica e descontrole pressórico. Ecocardiograma com FEVE= 71% e SGL= 18,7%; déficit de relaxamento do VE. Segundo exame em vigência de quimioterapia mostrou FEVE= 69% e SGL= 15%. Troponina levemente aumentada. ECG com taquicardia supraventricular. Holter 24h com ritmo sinusal alternando com taquicardia supraventricular. Iniciado diurético para controle de volemia, antiarrítmico e ajuste dos anti-hipertensivos e betabloqueador, além de ajuste de anti-lipemiantes para atingir meta de LDL-colesterol. Evoluiu com melhora progressiva, realizou radioterapia adjuvante e atualmente em uso de bloqueio hormonal com anastrazol.

Conclusões

Pacientes com DCV prévia ou fatores de risco cardiovasculares representam o grupo com maior possibilidade para complicações decorrentes do tratamento. Os regimes combinados de antraciclinas e ciclosfosfamida e antraciclinas e transtuzumabe estão relacionadas com cardiotoxicidade. O diagnóstico de cardiotoxicidade pode ser realizado pela confirmação de alteração cardiovascular nova durante ou após o tratamento, seja de natureza clínica e/ou alteração em biomarcadores e/ou em exame de imagem cardiovascular, tendo sido excluídas outras etiologias. O papel do cardiologista na equipe muldisciplinar é de apoiar o oncologista não só no tratamento das complicações, mas também na prevenção dessas, identificando aqueles pacientes com maiores chances de desenvolvimento da cardiotoxicidade e agindo preventivamente para evitar o surgimento ou agravamento desse quadro.

Área

Medicina

Instituições

Curso de Pós-Graduação em Cardio-Oncologia da Sociedade Brasileira de Cardiologia / Instituto Nacional de Cardiologia / Instituto Nacional do Câncer - Rio de Janeiro - Brasil

Autores

IZABEL CARMINDA DE MOURAO LEMOS, DANIEL LUCENA DE AGUIAR, WOLNEY DE ANDRADE MARTINS