Dados do Trabalho

Título

Quais os Resultados e as Características dos Exames de Tilt Teste em Idosos?

introdução e/ou fundamentos

Os idosos apresentam diversas causas de síncopes ou pré-síncopes, sendo um desafio o diagnóstico etiológico. A importância do Tilt Teste (TT) nessa população tem sido questionada, considerando uma elevada incidência de causas cardíacas com risco de morte súbita. Entretanto, as causas disautonômicas são usuais nessas faixas etárias, tendo também impacto na morbimortalidade.

Objetivos

Comparar os resultados do TT entre as faixas etárias dos idosos (>60 anos) e dos não idosos.

Métodos

Estudo de coorte, retrospectivo, realizado no período de 2016-2021. Para as comparações foram utilizados os testes não paramétricos de Mann-Whitney/Wilcoxon, com valor p<5% significativo. Os protocolos utilizados foram de Westminster ou Italiano, com fase de sensibilização (1,25 mg de isossorbida sublingual), conforme decisão médica durante o exame.

Resultados e Conclusões

Resultados. Foram analisados 2347 Tilt Testes, sendo 61,7% do sexo feminino, com mediana de idade de 51,1 (31-71) anos. A taxa geral de positividade foi de 33,3%, sendo 43,3% com sensibilização farmacológica (p< 0,01). Foram 972 (41,82%) testes no grupo de idosos (GI) e 1352 (58,18%) no de não idosos (GNI). A taxa de positividade do GI foi menor que a do GNI (p<0,01); foram observados 266 (11,45%) TT positivos no GI, contra 496 (21,24%) no GNI. A taxa de positividade com sensibilização no GI foi de 27,37% x 20,52% no GNI (p=0,008). No GI, 48 pacientes (5,04%) tiveram resposta disautonômica e no GNI, foram 10 (0,73 %) respostas disautonômicas (p<0,001). No grupo GI, as taxas de resposta vasovagal foram de 21,97% (209), assim distribuídas: vasodepressora (15,23%); mista (5,86%); cardioinibitória (0,92%), enquanto no GNI, as taxas foram de 33,94% (466), sendo vasodepressora (16,94%), mista (15,90%), e cardioinibitória (1,26%) (p<0,001). A taxa de complicações no GI foi de 1,54% x 1,63% no GNI (p=0,02), porém sem eventos graves. Os pródromos foram mais comuns no GNI 39,86% (539) x 31,10% (302) no GI (p<0,001).
Conclusão. O TT na população idosa apresentou menor incidência de positividade na fase passiva, entretanto com maior taxa de positividade na fase de sensibilização, quando comparada aos não idosos. Os idosos apresentaram maior incidência de respostas disautonômicas e menor taxa de complicações e de pródromos. Esse método deve, portanto, permanecer como exame complementar na investigação de síncopes ou pré-síncopes também em idosos.