41º Congresso Norte Nordeste de Cardiologia e 27° Congresso Cearense de Cardiologia

Dados do Trabalho


Título

Tilt Teste na Avaliação de Síncopes e Pré-síncopes

introdução e/ou fundamentos

O teste de tolerância ortostática (tilt table test - TT) fornece relevantes informações sobre a susceptibilidade individual a hipotensão e bradicardia neuro-mediadas, sendo indicado para investigação de síncopes, pré-síncopes e quadros disautônomicos. Porém, este tem sido criticado devido à variabilidade de sensibilidade e especificidade, e sua segurança foi atestada por alguns estudos.

Objetivos

Analisar os resultados e a segurança do Tilt Teste na investigação de síncopes, pré-síncopes ou tonturas posturais na população geral.

Métodos

Estudo do tipo coorte, retrospectivo, com análises dos exames de TT realizados por 5 especialistas em arritmias cardíacas, no período de 2016 até 2021, em uma unidade de síncope. As análises comparativas foram realizadas pelos testes de Mann-Whitney, pela regressão logística múltipla e curva ROC, com valor p de 5 % considerado significativo. Os protocolos utilizados foram de Westminster ou protocolo Italiano, com fase de sensibilização com 1,25 mg de isossorbida sublingual, utilizada conforme avaliação do médico durante o exame.

Resultados e Conclusões

Foram analisados 2462 tilts testes, com 115 exclusões, sendo 61,7 pacientes do sexo feminino, com mediana de idade de 51,1(31-71) anos . A taxa geral de positividade foi de 33,3 %, sendo 43,3% com sensibilização farmacológica (p < 0,01). Nos pacientes com exames solicitados para investigação de síncopes, a positividade foi de 34,2% (477) x 30,65 % (285) por outros sintomas, sendo a diferença significativa em relação a taxa global (p<0,001), enquanto avaliando síncopes e pré-síncopes em conjunto a diferença foi de 37,55%(623) x 20,9%(139) por outros sintomas (p<0,001). As taxas de positividade foram mais elevadas: no sexo masculino (p <0,01; OR = 1,40 (1,16-1,69)), em pacientes com maior idade (p<0,01;1,01(1,009-1,02)), nos testes sensibilizados (p<0,01;2,01(1,64-2,38)), nos pacientes com hipotensão ortostática precoce com sintomas (p <0,01; 9,68(4,13-27,44)) ou sem sintomas (p<0,01;2,93(2,07-4,18). A taxa de complicações foi de 4,85%, porém sem necessidade de internação ou ocorrência de óbito.
A positividade no TT apresentou maiores taxas nos pacientes investigados por síncopes, em comparação à pré-síncope e outros sintomas. Sexo masculino, idade avançada, sensibilização e hipotensão ortostática associaram-se significativamente com a positividade. O exame mostrou-se com baixo índice de complicações.

Área

Medicina

Instituições

Centro Universitário Christus - Ceará - Brasil, Universidade de Fortaleza- UNIFOR - Ceará - Brasil, Universidade Federal do Ceará - Ceará - Brasil

Autores

BRUNA SOBREIRA KUBRUSLY, Luís Gustavo Bastos Pinho, Roberto Lima Farias, Vera Marques, Arnóbio Dias da Ponte Filho, Francisca Tatiana Moreira Pereira, Maria Jacqueline Batista, Juvêncio Santos Nobre, Maria Eduarda Quidute Arrais, Maria Camila Timbó Rocha, Camila Pinto Cavalcante, Eduardo Arrais Rocha