41º Congresso Norte Nordeste de Cardiologia e 27° Congresso Cearense de Cardiologia

Dados do Trabalho


Título

PERIMIOCARDITE SECUNDÁRIA A INFECÇÃO POR COVID-19: UM RELATO DE CASO

Introdução

A doença COVID-19 provoca manifestações sistêmicas de largo espectro, podendo acometer diversos órgãos, como o coração. Diante disso, a pericardite e a miocardite - inflamações não sistêmicas do pericárdio e miocárdio e de etiologia mutável - têm como causa mais comum, a infecciosa, sendo uma delas decorrente da contaminação pelo SARS-CoV-2.

Descrição do caso

C.N.A, 37 anos, sexo feminino, sem antecedentes patológicos. Em 20/07/21, apresentou quadro de COVID-19 leve, relatando apenas fadiga. Durante o curso da doença, teve dor torácica difusa em opressão, associada a pontadas de leve intensidade com piora ao esforço, e palpitações. Foram realizados exames para avaliação da troponina, ECG, teste ergométrico, com resultados normais. A paciente realizou ecocardiograma transtorácico com doppler no dia 22/09/21 evidenciando derrame pericárdico difuso de grau discreto, com maior lâmina medindo 4mm, adjacentes as cavidades cardíacas direita sem sinais ecocardiográficos de repercussão hemodinâmica (laudo: Prolapso de valva mitral com refluxo discreto; insuficiência tricúspide de grau discreto; derrame pericárdico de grau discreto). Submetida a uma RNM no dia 30/09/21, mostrou fibrose miocárdica de padrão mesocárdio/não isquêmico na região da parede inferior do VE, sem alteração de motilidade associada tal achado apresenta-se como miocardite, e pequeno/moderado pericárdico sem outras alterações inflamatórias. Deu-se início ao tratamento com ibuprofeno 600mg de 6/6h, colchicina 0,5mg 12/12h, nebivolol 5mg ¼ do comprimido 1 vez ao dia, sem melhora do quadro. A paciente realizou um novo ecocardiograma dia 06/12/21 com presença de derrame pericárdico localizado de grau discreto com lâmina de 4mm, adjacentes as cavidades cardíacas direitas. Repetiu a RNM dia 27/01/22, em que manteve as mesmas alterações: fibrose miocárdica de padrão mesocárdico/não isquêmico na região basal da parede inferior do VE, sugerindo sequela de miocardite.

Conclusões

Com isso, é possível concluir que a alta demanda de casos recentes de pericardite e miocardite pós infecção pelo SARS-COV-2, necessita de urgência em seu manejo precoce. Dessa forma, fazendo-se válido a investigação e rastreio dessa condição mesmo frente a sintomatologia leve. Sua discussão é de grande valia, pois a partir dessa análise constata-se que o acompanhamento pós infecção pode investigar os vários sistemas e evitar situações adversas.

Área

Medicina

Autores

FERNANDA POTTER BARRETTO, Stephanie Cassiano de Oliveira Alves, Arthur Medeiros Cavalcanti, Livia Carvalho Spinelli Chacon