41º Congresso Norte Nordeste de Cardiologia e 27° Congresso Cearense de Cardiologia

Dados do Trabalho


Título

Coarctação de Aorta em Adulto: Relato de Caso

Introdução

A hipertensão arterial sistêmica (HAS) é uma doença crônica, multifatorial, caracterizada por níveis de pressão arterial sistólica (PAS) > ou igual a 140 mmHg e/ou pressão arterial diastólica (PAD) > ou igual à 90 mmHg, que possui impacto direto na saúde da população e nos custos médicos, possuindo elevada prevalência no Brasil e no Mundo.
A HAS secundária é a forma hipertensão decorrente de causa identificável, a qual, quando tratada através de intervenção específica, pode representar a cura ou melhora dos níveis pressóricos.
Umas das causas mais frequentes de de HAS Secundária é a coarctação de Aorta (CoAo), que consiste em uma constrição da aorta na junção entre o arco aórtico e a aorta descendente, sendo uma condição frequentemente subdiagnosticada.
O objetivo do presente relato é destacar a importância dos aspectos relativos ao diagnóstico etiológico da HAS, principalmente em pacientes com PA resistente ou refratária, a fim de evitar as temidas complicações relacionadas à esta patologia.

Descrição do caso

Paciente R.S.B, 34 anos, solteiro, profissional liberal, veio para o ambulatório de cardiologia em 14.09.2021 com relato de HAS de difícil controle há cerca de 11 anos. Paciente não apresentava nenhuma outra comorbidade, fazia uso de losartana potássica na dose de 50 mg, duas vezes ao dia, desde o diagnóstico de HAS.
Ao exame físico destacava-se ausculta cardíaca com sopro diastólico 2+/6+ em Foco aórtico (FAO) e em FAO acessório, além de discreta diminuição de pulsos em membros inferiores (MMII). PA medida em ambos os membros igual a 140 x 90 mmHg.
Ecocardiograma transtorácico realizado apontou hipertrofia ventricular esquerda concêntrica com fração de ejeção de preservada, valva aórtica bicúspide, gradiente sistólico máximo em Aorta Torácica Descendente estimado em 17 mmHg e doppler pulsátil da Aorta Abdominal apresentando fluxo anterógrado contínuo, com predomínio sistólico de baixa amplitude, sem retorno à linha de base do traçado em diástole.
Paciente foi então submetido à angiotomografia computadorizada da aorta a qual apontou importante estenose de istmo aórtico após a emergência da artéria subclávia esquerda, sendo posteriomente submetido à correção cirúrgica da CoAo.

Conclusões

O diagnóstico etiológico da HAS, incluindo as causas secundárias, deve sempre fazer parte do manejo de pacientes hipertensos, atentando-se principalmente para as pistas diagnósticas que anamnese e exame físico pormenorizados podem nos fornecer, favorecendo o tratamento adequado destes pacientes.

Área

Medicina

Instituições

Clínica Dr. do Vale - Pernambuco - Brasil

Autores

TALES VINICIUS SILVA MARTINS, ALYSSON RODRIGO FERREIRA CAVALCANTI