41º Congresso Norte Nordeste de Cardiologia e 27° Congresso Cearense de Cardiologia

Dados do Trabalho


Título

TRATAMENTO ENDOVASCULAR DA COARCTAÇÃO DA AORTA EM ADULTO ASSOCIADO A EXCLUSÃO DE BYPASS EXTRA-ANATÔMICO ANTIGO DEGENERADO

Introdução

A coarctação da aorta (CoAo) é uma má-formação congênita na aorta, caracterizada por importante estreitamento que ocorre, geralmente, após a artéria subclávia esquerda (ASE). A CoAo pode ser percebida apenas na vida adulta, quando em certos pacientes as alterações hemodinâmicas passam a ganhar importância clínica.

Descrição do caso

Paciente do sexo feminino, 41 anos, sedentária, com IMC 31.6, apresenta histórico de correção cirúrgica da CoAo aos 25 anos, por meio de técnica realizada por toracotomia esquerda utilizando tubo de bypass extra-anatômico. Em novembro de 2021 passou a evoluir com hipertensão arterial de difícil controle, dispneia aos pequenos/médios esforços, tosse com escarros hemoptóicos, além de claudicação intermitente. Procurou atendimento médico especializado. Vinha fazendo uso de atenolol 50 mg/dia. Ao exame físico apresentava hipertensão arterial em membros superiores e redução importante dos pulsos periféricos nos membros inferiores. Ecocardiograma transtorácico evidenciou disfunção diastólica moderada do ventrículo esquerdo. Angiotomografia computadorizada da aorta evidenciou CoAo após ASE, em ampulheta, bem como tubo de bypass degenerado, ectasiado e com trombose completa em sua porção central. Em virtude do risco de complicações hemorrágicas e neurológicas, associadas ao procedimento por toracotomia, que poderia ser adotado nesse caso de reoperação em adulto, foi optado pelo tratamento endovascular. Este procedimento foi realizado em abril de 2022 e consistiu no implante por via arterial trans-femoral de uma endoprótese revestida, com malha metálica de nitinol, balão expansível, específica para o tratamento de CoAo em adultos, que foi confeccionada sob medida (customizada) para o caso em questão. Essa prótese era longa o suficiente para cobrir a anastomose distal do tubo de bypass antigo. Foi implantado também endoprótese revestida em ASE, ocluindo a anastomose proximal do tubo antigo, dessa forma excluindo o bypass prévio da circulação arterial. Angiotomografia de controle evidenciou um ótimo resultado final. Paciente recebeu alta no quarto dia de pós-operatório e segue em acompanhamento ambulatorial, com melhora dos sintomas.

Conclusões

O caso relatado e a revisão da bibliografia suscitam a discussão do uso de abordagem endovascular como opção terapêutica de baixa invasividade e capaz de obter bons resultados em pacientes adultos com CoAo.

Área

Medicina

Autores

RHAVANA KELLY MAIA FAÇANHA, Caetano Luis Fernandes de Moraes, Yohanna do Vale Hamberger, Heraldo Guedis Lobo Filho, José Glauco Lobo Filho