41º Congresso Norte Nordeste de Cardiologia e 27° Congresso Cearense de Cardiologia

Dados do Trabalho


Título

Câncer de próstata e complicações cardiovasculares: a prevenção é o melhor tratamento

Introdução

Introdução: O câncer de próstata é o tipo mais prevalente em homens ,podendo atingir até 60% em pacientes acima de 60 anos. O sistema de estadiamento histológico é o Gleason e lesões bem diferenciadas (Gleason até 6) tendem a ser indolentes. Já as neoplasias indiferenciadas podem ser agressivas e com diferentes respostas ao tratamento. Com isso, a modalidade terapêutica deve ser definida com cautela,considerando-se elevada taxa de comorbidades nessa população.

Descrição do caso

Descrição do caso: GJOM, 73 anos, masculino,portador de valvopatia reumática, submetido a troca valvar aórtica mecânica por insuficiência aórtica e plastia mitral, aos 18 anos. Realizou troca valvar mitral mecânica em 2017. Também possui Insuficiência cardíaca e FA de etiologia valvar. Após rastreio de rotina, foi observado PSA alterado (3,35 em 23/05/2017) o que levou a realização de biópsia prostática. O resultado foi adenocarcinoma de próstata de risco intermediário (Gleason 3+4), sem evidências de lesões secundárias. Indicada cirurgia de prostatectomia radical com linfadenectomia retroperitoneal e pélvica por via laparoscópica. A cirurgia prostática normalmente é associada com sangramento aumentado e a suspensão de anticoagulação poderia incorrer em trombose de prótese (Incidência anual de 22%). Entretanto, após discussão multidisciplinar(cardio-oncologia,urologia e oncologia) considerando as comorbidades cardiovasculares existentes e a necessidade de anticoagulação efetiva, foi optado por mudança no tratamento junto à Oncologia, com indicação de radioterapia associado a terapia hormonal com antagonista GNRH(Degarelix), que apresentaria desfechos semelhantes com relação a mortalidade e sobrevida livre de doença,assim como menos efeitos adversos cardiovasculares. Finalizado o tratamento em setembro 2018, após 6 ciclos de hormonioterapia e 76 Gy em 38 frações de radioterapia. Segue em controle oncológico, com último PSA de 0,04 (01/02/2022).

Conclusões

Conclusões: Cardio-oncologia é uma subespecialidade que surgiu da necessidade de uma colaboração multidisciplinar para abordar a crescente relação entre doenças cardiovasculares(DCV) em pacientes com câncer. O objetivo principal é manejar as DCV para permitir que os pacientes oncológicos completem o melhor tratamento antineoplásico com segurança e mínimas interrupções. Neste caso, a interação e discussão entre equipes foi fundamental para o sucesso do tratamento, com menor morbidade e melhores desfechos.

Área

Medicina

Instituições

HOSPITAL MATERDEI - Minas Gerais - Brasil, ITPAC-FACULDADE DE MEDICINA - Maranhão - Brasil

Autores

RODRIGO GUIMARAES VIEIRA DE CARVALHO, BARBARA ISADORA VALLE MUSSI CRUZ, PATRICIA TAVARES FELIPE MARCATTI