41º Congresso Norte Nordeste de Cardiologia e 27° Congresso Cearense de Cardiologia

Dados do Trabalho


Título

Análise do uso dos stents farmacológicos para mudança de desfecho no Infarto Agudo do Miocárdio (IAM) em pacientes com diabetes mellitus

introdução e/ou fundamentos

O diabetes mellitus (DM) configura-se como fator de risco para doenças cardiovasculares e está associada a altos índices de morbimortalidade em pacientes com doença arterial coronariana (DAC). Embora conheça-se a superioridade dos stents farmacológicos (DES) em relação aos stents convencionais, dentro da população diabética, os dados dessa eficácia evidenciam-se escassos.

Objetivos

Análise do prognóstico clínico e da mortalidade em indivíduos diabéticos associada à intervenção com stents farmacológicos pós-evento de infarto agudo do miocárdio.

Métodos

Realizou-se uma revisão bibliográfica nas bases de dados ‘’Pubmed’’, ‘’Scopus’’, ‘’Science Direct’’ e ‘’Embase’’, utilizando-se os descritores Mesh ‘’Drugs-eluting stents’’, ‘’Diabetes’’ e ‘’Mortality’’. Sendo buscados artigos publicados no período de 2017 a 2022, escritos em inglês e português, com critérios de inclusão a partir de leitura de título, resumo e íntegra.

Resultados e Conclusões

O Diabetes é apontado como um preditor pertinente para complicações vasculares e sistêmicas. Tal condição é justificada pela disfunção endotelial e hiperatividade das plaquetas. Assim, o risco de reinfarto e de reestenose é aumentado em pacientes diabéticos após intervenções coronárias percutâneas (ICP). A literatura aponta que os DES em pacientes submetidos à ICP denotaram um melhor resultado perante os pacientes que foram tratados com os convencionais, com redução de desfechos isquêmicos e de trombose de stents. Ressaltou-se ainda que 30% dos pacientes submetidos à ICP, na era dos DES, têm o diagnóstico de DM e que esse grupo apresenta um curso clínico pós-ICP pior. Eventos cardíacos maiores, após 2 anos de ICP e uso DES foram significativamente maiores nos pacientes diabéticos quando não possuíam os fatores de piora da DM controlados, como peso, dieta e hemoglobina glicada (HbA1c). O uso de stents farmacológicos biodegradáveis (BP-DES) com hastes mais finas apresenta resultados satisfatórios em pacientes com DM, em vista do risco reduzido de neoaterosclerose e de inflamação crônica, quando comparado aos stents de polímero durável (DP- DES). Estes, devido ao seu revestimento, desencadeiam quadros de retardo na cicatrização vascular e de inflamação arterial.
Portanto, tratamento do IAM com o uso dos DES no diabético pode apresentar um desfecho clínico adverso em pacientes submetidos à ICP. Por isso, o controle dos agentes descompensadores associados à terapia farmacológica agressiva pós-ICP são importantes para uma maior sobrevida.

Área

Medicina

Autores

BRUNO ARAUJO ROCHA, SAMUEL CAVALCANTE MARINHO, LORENA AGRA RAMOS, RUAN DIEGO DO CARMO ABREU, LUMA CAROLINA CAVALCANTE TIMOTEO, EVANDO ELIAS DA COSTA NETO, JOÃO VITERBO SOUTO BARBOSA, SANDRIELE SANTOS BARBOSA, FERNANDA INGRID OLIVEIRA RAMOS, GABRIEL BEZERRA PEREIRA, NICOLE MARTINS SARAIVA, EDUARDO PEREIRA ILARIO GONÇALVES