Dados do Trabalho

Título

Tratamento de endocardite infecciosa em válvula nativa: análise quantitativa e financeira por região federativa em 5 anos.

introdução e/ou fundamentos

A endocardite infecciosa consiste em uma infecção do endocárdio e das valvas cardíacas, que na sua maioria é provocada por agentes infecciosos, com destaque para Streptococcus, Staphylococcus e Enterococcus. Dentre os fatores de risco no Brasil, tem-se a febre reumática como principal. A primeira linha de tratamento é a antibioticoterapia. Contudo, em alguns casos, se faz necessária abordagem cirúrgica para troca valvar, devido à refratariedade ao tratamento farmacológico inicial, lesão das cúspides com desenvolvimento de insuficiência cardíaca secundária à disfunção valvar e para prevenção de eventos tromboembólicos.

Objetivos

Analisar de forma comparativa, quantitativa e financeira os tratamentos dos casos de endocardite infecciosa em válvula nativa, realizados nas 05 regiões federativas dos país no período de março de 2017 até março de 2022.

Métodos

Estudo transversal e descritivo do tipo quantitativo, a partir do levantamento de dados secundários obtidos por meio do DATASUS para avaliar a prevalência de pacientes com endocardite infecciosa em valva nativa no período entre 2017-2022 no Brasil.

Resultados e Conclusões

Considerando o período de março de 2017 até março de 2022, foram analisados 6.079 casos de endocardite infecciosa no território brasileiro, com infecção em valva nativa. Analisando as regiões nacionais, observou-se que 4,6% dos casos correspondem à Região Norte. No Nordeste o percentual foi de 22,1%. Já no Sudeste verificou-se 50,5% dos acometimentos. No Sul constatou-se 15,3% casos de endocardite infecciosa. Por fim, o Centro-Oeste apurou 7,2%. Em relação à análise financeira, o custo total para tratamento da patologia foi de R$ 22.480.139,16. A região Sudeste se destacou com o gasto de 57,4% desse quantitativo, seguida pelas regiões, em ordem decrescente de gastos: Nordeste, Sul, Centro-Oeste e Norte. Observou-se um alto custo no tratamento dos pacientes com endocardite infecciosa em valva nativa, devido à internação prolongada e pelas complicações que porventura acontecem na evolução da doença. Estas infecções ocorrem em pessoas com más condições sócio-econômicas, o que pode sugerir um serviço de Atenção Básica deficiente no que compete à Educação em Saúde e à Prevenção dos fatores de risco. Constatou-se ainda um maior número de casos de endocardite infecciosa, em pacientes com valva nativa, na região Sudeste, pressupondo uma melhor assistência em casos de alta complexidade nesses territórios.

Área

Medicina