Dados do Trabalho

Título

CARDIOPATIAS ASSOCIADAS À ANEMIA FALCIFORME: UMA REVISÃO SISTEMÁTICA

introdução e/ou fundamentos

A anemia falciforme (AF) é uma doença genética, do tipo autossômica recessiva, causada por uma mutação no gene da cadeia β da hemoglobina. Ela se caracteriza pela formação de eritrócitos em forma de foice em situações de hipóxia, que levam à ocorrência de hemólise ou vaso-oclusão, causando inflamações e lesões histológicas. Na AF, o tecido cardíaco pode ser afetado, levando ao desenvolvimento de cardiopatias que podem causar a falência múltipla de órgãos e morte.

Objetivos

Identificar a ocorrência de patologias cardíacas em indivíduos falcêmicos.

Métodos

Trata-se de uma revisão sistemática realizada nas bases de dados: Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (Lilacs), Cochrane Library, Web of science, Scientific Electronic Library Online (Scielo), Medical Literature Analysis and Retrieval System Online (Medline) e Embase. Para as buscas de artigos foram utilizadas as palavras chaves Cardiopatias e Anemia Falciforme com os operadores booleanos AND e OR. O Intelligent Systematic Review (Rayyan) foi utilizado para organização e seleção dos artigos. Foram incluídos estudos de caso-controle, publicados em inglês ou português, entre os anos de 2018 a 2022. Foram excluídas pesquisas in vivo/in vitro e revisões. Obteve-se 357 artigos, destes somente 7 foram incluídos, 250 abordavam outro tipo de estudo, 78 sem grupo controle e teste, 19 duplicados e 3 em outra língua.

Resultados e Conclusões

A AF está relacionada com o desenvolvimento de cardiopatias, sobretudo, a disfunções nas câmaras cardíacas. Além disso, o tratamento com transfusão sanguínea em pacientes falcêmicos provoca o acúmulo metabólico de ferro e, consequentemente, disfunções no ventrículo direito e distúrbio diastólico nessa porção do coração, antecedida de fibrose miocárdica. Quanto às alterações na pressão arterial (PA) em pacientes portadores, há prevalência de PA sistólica elevada e PA diastólica e média reduzidas. Ademais, prevalece um maior diâmetro e uma menor fração de ejeção do ventrículo esquerdo em falcêmicos. Assim, pode-se concluir que as cardiopatias mais frequentes são disfunções nas câmaras cardíacas e complicações oriundas de transfusões sanguíneas. Isso demonstra a necessidade de um acompanhamento constante desses pacientes, a fim de prevenir evolução dessas alterações para quadros mais graves.

Área

Medicina