41º Congresso Norte Nordeste de Cardiologia e 27° Congresso Cearense de Cardiologia

Dados do Trabalho


Título

ABLAÇÃO SEPTAL ALCOÓLICA NO TRATAMENTO DA CARDIOMIOPATIA HIPERTRÓFICA OBSTRUTIVA

introdução e/ou fundamentos

No tratamento da cardiomiopatia hipertrófica obstrutiva, a ablação septal alcoólica (ASA) surge como uma nova opção menos invasiva, com rápida recuperação. Nesse procedimento, a administração intracoronária de álcool provoca necrose miocárdica circunscrita ao septo basal, cuja cicatrização, posteriormente, reduz o septo interventricular hipertrofiado.

Objetivos

Verificar evidências sobre eficácia e segurança da ablação septal alcoólica em pacientes com cardiomiopatia hipertrófica obstrutiva.

Métodos

Revisão sistemática da literatura realizada em maio de 2022 nas bases de dados Cochrane, Pubmed e Scielo utilizando os Descritores em Ciências da Saúde: “Ablation Techniques, “Cardiomyopathy, Hypertrophic” e “Alcohol” cruzados pelo operador booleano AND. Seguindo as diretrizes do PRISMA, o presente trabalho incluiu estudos observacionais e relatos de casos publicados de 2017 a 2022, sem restrição de idioma.

Resultados e Conclusões

21 artigos foram identificados no total (PubMed - 18; Scielo - 1; Cochrane - 2). Com base na leitura de títulos e resumos, foram excluídos os estudos que não atenderam aos critérios de elegibilidade, enquanto 15 seguiram para leitura na íntegra. Por fim, 11 artigos foram incluídos nesta revisão. Em todos os estudos, os resultados a curto prazo foram bem sucedidos. No total, o número de participantes somou 5505, sendo 2 pacientes provenientes de relatos de caso. A taxa média de sucesso da terapêutica foi acima de 90%. Entretanto, três dos estudos observaram complicações em até 30 dias pós-procedimento como bloqueio cardíaco completo com necessidade de marcapasso, bloqueio cardíaco de ramo direito, necrose miocárdica requerendo cirurgia de emergência, sangramento e derrame pericárdico. Estão recomendadas doses médias de 1,5 ml a 2,5 ml de álcool, uma vez que acima de 2,5 ml acarretam maior taxa de mortalidade. Ao comparar a miectomia estendida transitória e a ASA, resultados favoráveis são observados em ambas (73,6% vs 65,5%) com redução significativa no gradiente de pressão e melhora sintomática em pacientes classe I/II da New York Heart Association. Porém, apesar da miectomia apresentar alternativa estatística mais confiável, a ASA possui menor custo hospitalar e menor tempo de internação. A ablação septal alcoólica percutânea mostrou-se eficiente e segura comparada a miectomia, apresentando vantagens ao se considerar o tempo de internação e os custos do procedimento. Estudos adicionais são necessários para a aprimoração da técnica e consequente redução das complicações.

Área

Medicina

Autores

ANDREZA ALVERGA DE LIMA, MARIA ALICE VIEIRA MELO LIMA, Francisco GUILHERME LEITE LINHARES DE SÁ , Beatriz FERNANDES VIEIRA, Francisco Matheus MELO LIMA, JOILTON ARELIANO DE LIMA FILHO, Bruno GALDINO MOREIRA, Marta LÍGIA VIEIRA MELO