Dados do Trabalho

Título

Infarto agudo do miocárdio: uma análise epidemiológica dos óbitos de mulheres pós-menopausa antes e durante a pandemia da COVID 19 no Norte e no Nordeste do Brasil.

introdução e/ou fundamentos

O Infarto agudo do miocárdio (IAM) caracteriza-se como uma área de necrose devido à uma isquemia prolongada que costuma ser causada por uma trombose e/ou por vasoespasmo sobre uma placa aterosclerótica, impedindo a circulação do sangue para o miocárdio. Estudos mostram que há um aumento na incidência de IAM nas mulheres pós-menopausa em razão das alterações hormonais, principalmente, da diminuição da produção dos hormônios estrogênios, afetando a saúde cardiovascular feminina, já que desempenham papel protetor vascular. Além disso, constatou-se que uma das complicações da resposta inflamatória sistêmica da COVID 19 é a repercussão cardiovascular, podendo agravar ainda mais os casos de IAM em mulheres pós-menopausa.

Objetivos

Analisar a incidência de óbitos por IAM em mulheres pós-menopausa nos estados Norte e Nordeste do Brasil, realizando uma comparação temporal antes e durante a pandemia de COVID-19.

Métodos

Estudo epidemiológico, descritivo, retrospectivo e correlacional realizado por meio de dados fornecidos pelo Ministério da Saúde do Brasil, através dos Sistemas de Informações Hospitalares e sobre Mortalidade (SIM/SIH/DATASUS). Foram acessados os óbitos decorrentes de IAM em recortes temporais antes da COVID 19, entre março de 2008 até fevereiro de 2020, e durante a pandemia, entre março de 2020 e março de 2022, nas regiões Norte e Nordeste do país, tendo como público-alvo mulheres acima de 60 anos. Os números foram tabulados no programa Microsoft Excel e analisados através de estatísticas descritivas. O anonimato de todos os casos estudados está preservado e não houve envolvimento de experimentos com seres humanos, assim não foi necessária aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa.

Resultados e Conclusões

No Norte e Nordeste do Brasil, foram notificados, entre março de 2008 a fevereiro de 2020, 12426 óbitos por IAM entre mulheres pós-menopausa, configurando uma média de 1035,5 casos anuais. Ademais, durante a pandemia de COVID 19, analisou-se que entre março de 2020 a fevereiro de 2021, os óbitos decorrentes de IAM em mulheres acima de 60 anos apresentou uma queda de 9,95%. Em 2021, porém, essa taxa aumentou substancialmente, gerando um total de 1428 casos. Isso representa um aumento nas taxas de óbitos por IAM, visto que a média por ano durante a COVID 19 chegou a 1315,5 casos, configurando um aumento de 27% em comparação ao período pré-pandêmico. Logo, são relevantes análises mais detalhadas sobre os efeitos cardíacos da COVID 19, nas mulheres pós-menopausa.

Área

Medicina