41º Congresso Norte Nordeste de Cardiologia e 27° Congresso Cearense de Cardiologia

Dados do Trabalho


Título

EFICÁCIA E SEGURANÇA DO ÁCIDO TRANEXÂMICO NO PÓS-OPERATÓRIO DE CIRURGIA CARDÍACA

introdução e/ou fundamentos

A terapia antifibrinolítica consiste em um dos pilares no manejo trans e pós operatório de cirurgias cardíacas, sendo essencial para melhores resultados e redução da necessidade de reoperação. Nesse sentido, questiona-se o efeito do uso do Ácido tranexâmico (ATx), hemoderivado de lisina que inibe competitivamente a formação de plasmina.

Objetivos

Avaliar a eficácia e segurança do ATx no pós-operatório de cirurgia cardíaca, verificando vantagens de acordo com o método de administração e graduação da dose.

Métodos

Revisão sistemática da literatura realizada entre abril e maio de 2022 nas bases de dados Pubmed e Scielo utilizando os Descritores em Ciências da Saúde: “tranexamic acid”, “hemorrhages” e “Cardiac surgery” cruzados pelo operador booleano AND. Seguindo as diretrizes do PRISMA, este trabalho incluiu ensaios clínicos randomizados, sem restrição de idioma, publicados de 2012 a 2022. Foram excluídos outros tipos de publicações e estudos que incluíssem outros medicamentos fibrinolíticos. 69 artigos foram identificados no total. Com base na leitura de títulos e resumos, os estudos que não atenderam aos critérios de elegibilidade foram excluídos. 21 seguiram para leitura na íntegra.

Resultados e Conclusões

14 foram incluídos nesta revisão. Com exceção de um, todos os estudos confirmaram a eficácia do ATx em relação a perda sanguínea intra e pós operatória, contenção do sangramento e diminuição da demanda por transfusões. Apesar dos benefícios, dois estudos não apontam impacto significativo na morbimortalidade dos pacientes. Além disso, não foi observada uma relação dose-dependente, visto que os efeitos de doses altas (30 mg/kg) e baixas (10 mg/kg) foram semelhantes. Quanto ao método de administração, nenhum dos estudos comparativos apontou diferença significativa entre a forma tópica intrapericárdica e a endovenosa. No entanto, foram observados menos efeitos trombóticos e necessidade de reoperação por sangramento no uso tópico. A associação das duas vias não teve resultados diferentes do uso isolado. À respeito da ocorrência de crises convulsivas, apenas pacientes submetidos à via intravenosa demonstram eventos epilépticos, correspondendo à frequência de apenas um caso em cada estudo. O Ácido tranexâmico mostrou-se eficaz e seguro para evitar sangramento e reduzir a necessidade de transfusão sanguínea no pós operatório de cirurgia cardíaca, sem efeito dose-resposta relacionado. A administração tópica e endovenosa mostraram resultados semelhantes quanto aos efeitos e às complicações.

Área

Medicina

Autores

BRUNO GALDINO MOREIRA, Andreza Alverga de Lima, Maria Alice Viera Melo de Lima, Beatriz Fernandes Vieira, Francisco Guilherme Leite Linhares de Sa, Francisco Matheus Melo de Lima, Joilton Aureliano de Lima Filho, Marta Lígia Vieira Melo