41º Congresso Norte Nordeste de Cardiologia e 27° Congresso Cearense de Cardiologia

Dados do Trabalho


Título

Esternotomia mediana versus mini-incisões na cirurgia cardíaca: metanálise comparando a dor pós operatória entre as duas técnicas

introdução e/ou fundamentos

Considerando o critério dor no pós-operatório, ainda não está claro se a cirurgia cardíaca por mini-incisão é superior à técnica convencional. A análise adequada desse desfecho é importante, pois a dor está diretamente relacionada com a intensidade da resposta endócrino-metabólica ao trauma cirúrgico.

Objetivos

Comparar a intensidade da dor pós-operatória, medida em, pelo menos, um momento nos sete primeiros dias da cirurgia cardíaca convencional por esternotomia mediana completa (EMC) versus cirurgia cardíaca por mini-incisão (MI), e a demanda por analgésicos nesse mesmo período.

Métodos

Trata-se de uma revisão sistemática da literatura com metanálise, com coleta de artigos nas bases de dados PubMed, Cochrane, LILACS e SCIELO. Foram incluídos ensaios clínicos comparando a técnica por EMC com as técnicas por MI na cirurgia valvar mitral (CVM), troca valvar aórtica (TVA) e revascularização do miocárdio (RM), que analisaram o desfecho dor pós-operatória. Na análise estatística, utilizamos o método de diferenças padronizadas de média (SMD) e diferenças de médias (MD).

Resultados e Conclusões

Resultados: Na TVA, encontramos diferença na estimativa geral de efeito da dor pós-operatória favorecendo MI (SMD 0,87 [IC 95% 0,04 a 1,71], P = 0,04). Porém, na análise de sensibilidade, não houve diferença entre os grupos ao se realizar média de médias e raiz quadrada da média de variâncias (SMD 0,70 [IC 95% - 0,69 a 2,09], P = 0,32). Para CVM, não foi possível realizar metanálise com os estudos incluídos pois apresentavam metodologias muito distintas. Na RM, a estimativa geral de efeito da dor pós-operatória não favoreceu nenhuma das abordagens (SMD -0,40 [IC 95% -1,07 a 0,26], P = 0,23) confirmada pela análise de sensibilidade (SMD -0,02 [IC 95% -0,71 a 0,67], P = 0,95). Em relação à demanda por analgésicos, metodologicamente, foi possível realizar metanálise apenas na TVA e a estimativa geral do tamanho de efeito para dose das medicações mostrou maior demanda por AINE e morfina no grupo EMC (MD 20,88 [IC 95% 10,42 a 31,43], P < 0,0001) e (MD 1,31 [IC 95% 0,31 a 2,31], P = 0,01), respectivamente.
Conclusões: Na TVA, a dor pós-operatória é menor nos primeiros dias através da MI, mas quando se analisou a média da intensidade em todos os dias em que a dor foi mensurada, não foi encontrada diferença. Na CVM, as afirmações não puderam ser conclusivas devido limitações metotológicas. A cirurgia de RM não apresenta diferença nos níveis de dor pós-operatória, comparando os dois grupos.

Área

Medicina

Instituições

Faculdade de Medicina da Universidade Federal da Bahia (FMB - UFBA) - Bahia - Brasil, Universidade Salvador (UNIFACS) - Bahia - Brasil

Autores

ANTONIO DE JESUS CHAVES JUNIOR, JACKSON BRANDÃO LOPES, PAULA STELITANO AVELINO