41º Congresso Norte Nordeste de Cardiologia e 27° Congresso Cearense de Cardiologia

Dados do Trabalho


Título

PERFIL CLÍNICO, EPIDEMIOLÓGICO E PREDITORES DE MORTALIDADE ENTRE PACIENTES ACIMA DE 75 ANOS SUBMETIDOS À CIRURGIA CARDÍACA EM UM HOSPITAL TERCIÁRIO DE FORTALEZA – CEARÁ.

introdução e/ou fundamentos

O Brasil possui uma população de mais de 30 milhões de idosos. O aumento da expectativa de vida no país acarretou em aumento dos números de cirurgias cardíacas. As causas dos óbitos pós-operatórios nas cirurgias cardíacas são multifatoriais. Estudos sugerem maior morbimortalidade das cirurgias cardíacas na população idosa. Porém, o aprimoramento de técnicas cirúrgicas e de cuidados pré e pós-operatórios conferem aos idosos uma maior possibilidade deste tipo de tratamento.

Objetivos

Trata-se de um estudo observacional e retrospectivo que avaliou todos os pacientes acima de 75 anos submetidos à cirurgia cardíaca no ano de 2019, através da análise de prontuário.

Métodos

Os resultados quantitativos categóricos foram apresentados em forma de percentuais e contagens e os numéricos em forma de medidas de tendência central e dispersão. Foram realizados testes de normalidade de Kolmogorov-Smirnov para as variáveis numéricas. Para variáveis categóricas, utilizou-se o teste de qui-quadrado para verificar associação e ,para as numéricas, o teste de Kruskal-Wallis devido à distribuição das mesmas. Foram considerados significativos valores de p inferiores a 0,05.

Resultados e Conclusões

Foram realizadas 65 cirurgias em pacientes acima de 75 anos no ano de 2019. A maioria das cirurgias foi realizada em caráter de urgência (61.5%) e 20% em caráter de emergência. A cirurgia mais realizada foi a revascularização do miocárdio (RM) isolada (44.6%), seguida cirurgias na valva aórtica. Apenas 40% das RM foram completas. A média de dias de internação pré-cirurgia foi de 38.5 dias. O risco pré-operatório foi estimado pelo EuroScore II, com uma média de 9.4% entre os pacientes. Porém, a taxa global de óbitos foi de 21.5%, ocorrendo todos após o vigésimo dia de pós-operatório. Não houve óbitos entre os pacientes submetidos à cirurgia eletiva. A infecção foi a complicação mais comum do pós-operatório (30%), seguida de choque (18%) e arritmia (17%). Na análise bivariada foi encontrada associação estatística entre óbito e diagnóstico de diabetes (p= 0.04), clearance de creatinina (p 0.02) e fração de ejeção do ventrículo esquerdo (p= 0.01). Embora a idade seja fator de risco estabelecido, esta não pode ser determinante na indicação cirúrgica. O Euroscore II subestimou em mais de 50% os óbitos na faixa etária estudada. Um pré-operatório de qualidade, controle das comorbidades, estabilização da doença de base e realização da cirurgia em caráter eletivo parecem ser relacionados à desfechos favoráveis.

Área

Medicina

Instituições

Hospital do Coração de Messejana - Ceará - Brasil

Autores

FERNANDA BRITO SABINO FREITAS, Fátima Rosane de Almeida Oliveira, Isabela Rodrigues Brandão