41º Congresso Norte Nordeste de Cardiologia e 27° Congresso Cearense de Cardiologia

Dados do Trabalho


Título

CISTO PERICÁRDICO VOLUMOSO CONFUNDIDO COM DERRAME PERICÁRDICO: UM RELATO DE CASO

Introdução

Os cistos pericárdicos são uma entidade rara, compreendem 7% das massas mediastinais e 33% dos cistos mediastinais, com incidência de 1:100000 indivíduos. A maioria dos casos são assintomáticos e diagnosticados incidentalmente durante exames radiológicos de rotina. As manifestações clínicas variam dependendo da localização do cisto, dentre elas: dor pleurítica, dispneia, palpitações, tosse, disfagia e perda de peso. O objetivo deste relato é descrever um caso de cisto pericárdico volumoso que havia sido diagnosticado como derrame pericárdico.

Descrição do caso

Paciente de 37 anos, sexo feminino, com quadro de anemia, anorexia e perda ponderal há cerca de 1 ano. Relata possuir anemia e derrame pericárdico desde 2017. Ao exame: longilínea, emagrecida, bom estado geral, sem outras alterações. Ausculta cardíaca com ritmo regular em dois tempos, bulhas hipofonéticas, sem sopros ou estalidos, ausência de atrito pericárdico. ECG e radiografia de tórax sem alterações. Possuía ecocardiograma transtorácico (ECOTT) prévio (2018) descrevendo derrame pericárdico de grau moderado, sem sinais de restrição ao enchimento diastólico, fração de ejeção do ventrículo esquerdo (FEVE) 76%. Em tomografia computadorizada (TC) de tórax (2019) foi evidenciada formação cística mediastinal junto à margem inferior cardíaca e em íntima relação com o terço inferior do esôfago, podendo corresponder à cisto pericárdico ou cisto de duplicação esofágica. Ressonância magnética (RMN) cardíaca apresentou volumosa imagem cística em topografia pericárdica, próximo as paredes lateral e inferior do ventrículo esquerdo, bem delimitada, medindo 14x8cm, hiperintensa em T2 e hipointensa em T1, caracterizando um cisto pericárdico.

Conclusões

Os cistos pericárdicos são frequentemente subdiagnosticados. As etiologias congênita ou idiopática são as mais comuns. Em geral, os pacientes são assintomáticos, sendo a dor pleurítica a queixa mais frequente, embora sintomas constitucionais como febre, adinamia e perda de peso também estejam associados. Podem ser detectados acidentalmente na radiografia de tórax e/ou no ECOTT; porém, seu diagnóstico é confirmado por meio de TC ou RMN cardíaca, em especial, no caso em questão, que teve diagnóstico equívoco de derrame pericárdico. A abordagem terapêutica irá depender do tamanho, sintomas e localização. Quando ocorre compressão de estruturas vitais, opta-se por aspiração ou ressecção cirúrgica. Para o caso acima descrito, a estratégia de escolha foi o seguimento ambulatorial com ECOTT seriados.

Área

Medicina

Instituições

Hospital Getúlio Vargas - Piauí - Brasil, Universidade Estadual do Piauí - Piauí - Brasil

Autores

CRISTIANE VIEIRA AMARAL, Gabriel Felipe Teixeira Freire Oliveira, Samuel Oliveira Cunha Marques, Bruno Sampaio Santos, Carlos Eduardo Batista Lima