Dados do Trabalho

Título

Panorama da mortalidade e dos gastos públicos com infarto agudo do miocárdio no Ceará em um recorte de 5 anos

introdução e/ou fundamentos

Infarto agudo do miocárdio (IAM) é uma emergência cardíaca comum, com índices consideráveis de mortalidade. No Ceará, chamam atenção os dados epidemiológicos dessa injúria, bem como os altos gastos públicos com os pacientes afetados, o que configura essa enfermidade como um significativo problema de saúde pública.

Objetivos

Analisar a mortalidade por IAM no Ceará em um período de 5 anos, quantificando os custos associados a esse cenário.

Métodos

Trata-se de um estudo transversal, observacional e quantitativo, cujos dados são oriundos do Sistema de Informações Hospitalares do SUS. Verificaram-se os fatores óbitos, custos e internações de pacientes atendidos com IAM no sistema público do Ceará entre janeiro de 2017 e dezembro de 2021. Ademais, analisaram-se os elementos idade, etnia e sexo dos pacientes supracitados.

Resultados e Conclusões

No período estudado, observaram-se 2.517 mortes e 18.368 internações por IAM, com taxa de mortalidade de 13,15%. O sexo masculino teve 52,8% das mortes e 62,2% das internações. O valor total gasto com serviços hospitalares e profissionais para todos os pacientes foi de R$84.276.536,39, sendo 64,4% desse valor gasto com pacientes do sexo masculino. A faixa etária mais acometida por óbitos e internações foi dos 60 aos 79 anos, com 1.338 (53,1%) mortes e 9.522 (51,8%) internações. Ademais, esse grupo representou um gasto de R$45.200.525,07 (53,6%) no período analisado. A faixa etária menos acometida por óbitos e internações foi de 0 aos 19 anos, com 4 (0,1%) mortes e 34 (0,1%) internações. Nesse contexto, o aumento da mortalidade em idades avançadas se mostrou expressivo, de modo que se verificaram 2.001 (77,49%) mortes em pacientes acima dos 60 anos. A etnia com mais óbitos e internações foi a parda, com 940 (37,3%) mortes e 7.135 (38,8%) internações, e, com menos óbitos e internações, a indígena, não registrando nenhuma morte e apenas 3 (0,01%) internações. Ressalta-se que 1.439 (57,1%) falecidos não tiveram a etnia informada.

Observou-se uma maior prevalência de óbitos e internações por IAM em homens e em indivíduos com elevada faixa etária. Além disso, destacam-se os elevados valores referentes aos serviços hospitalares e profissionais ligados a esse cenário, o que evidencia a necessidade de investimentos públicos em atenção primária, secundária e terciária a fim de combater as principais causas de IAM.

Área

Medicina