Dados do Trabalho
Título
A presença de sinais associados a distúrbios cardiovasculares em óbitos por dengue entre 2019-2020.
introdução e/ou fundamentos
A dengue é uma arbovirose endêmica em regiões tropicais. No Brasil, nos últimos cinco anos, estatísticas mostram que em 2019 e em 2020 houve picos de casos confirmados, assim como de óbitos por esta causa. Na maioria das ocorrências, trata-se de uma infecção com quadros leves e poucos sintomas, porém pode agravar-se e evoluir para óbito. Em casos mais graves é comum o comprometimento do sistema cardiovascular, causando extravasamento de plasma, hemorragias e choque hipovolêmico. Por isso, a constante observação do paciente e o estudo das manifestações cardiovasculares oriundas dessa arbovirose são importantes para que sejam feitas as possíveis intervenções e evitar o óbito.
Objetivos
Avaliar o impacto da presença de sinais de distúrbios do aparelho cardiovascular no desfecho fatal em casos de dengue.
Métodos
Trata-se de um estudo descritivo, correlacional, que utiliza dados referentes à população brasileira (212,6 milhões). Serão estudados os sinais de alarme e de gravidade associados a distúrbios cardiovasculares em óbitos por dengue no período de 2019 a 2020. Os dados procedem do Boletim Epidemiológico da Secretaria de Vigilância em Saúde. O estudo trabalhará com dados secundários do banco de dados oficial do Ministério da Saúde. Será preservado o anonimato de todos os casos estudados. O Estudo não envolveu nenhum tipo de experimentos com seres humanos.
Resultados e Conclusões
Identificou-se dentre os sinais de alarme (plaquetopenia, hipotensão, dor abdominal, letargia, sangramento de mucosa, vômitos, acúmulo de líquidos, aumento de hematócrito e hepatomegalia) a hipotensão como o segundo sinal mais frequentemente encontrado, apresentada em 37,2% e em 36,6% dos óbitos por dengue em 2019 e em 2020, respectivamente. Tratando-se dos sinais de gravidade entre os óbitos pela virose, considerando ambos os anos, os distúrbios cardiovasculares evidenciam-se em 6 dos 15, sendo eles hipotensão tardia (aproximadamente 40% dos casos); taquicardia (aproximadamente 38%); pulso débil (em média 32%); tempo de enchimento capilar aumentado (em média 23%); pressão arterial aumentada (em média 18,5%); e miocardite, em menor manifestação (aproximadamente 4,5%).
Diante do estudo realizado, conclui-se que a dengue pode comprometer seriamente o sistema cardiovascular, gerando consequências graves, que podem levar a óbito se não tratadas com seriedade e rapidez. Assim, são necessárias ações de prevenção e cuidados contra a dengue, em todos os seus estágios e manifestações, a fim de diminuir suas consequências.
Área
Medicina
Autores
MARINARA AMARAL PONTES, Sarah Beatriz Muritiba Delgado, Amanda Pereira Sindeaux Pinheiro, Fabian Elery Teixeira da Rocha, Francisco Pedro Vasconcelos Soares Júnior , Roberta Gonçalves Barroso Teixeira