41º Congresso Norte Nordeste de Cardiologia e 27° Congresso Cearense de Cardiologia

Dados do Trabalho


Título

Febre de origem indeterminada durante pós-operatório de cirurgia cardíaca: o papel do Pet- Scan no paciente cardiológico.

Introdução

A febre de origem indeterminada é caracterizada por temperatura axilar > 37.8ºC por > 3 semanas, sem foco aparente após investigação inicial. A principal causa no pós-operatório de cirurgia cardíaca é a endocardite infecciosa e suas complicações locais, como abcessos. Diante do desafio diagnóstico em meio aos métodos tradicionais, vem crescendo o papel do Pet-Scan pela sua elevada sensibilidade e especificidade. Nesse relato, será descrito um caso de FOI no pós-operatório.

Descrição do caso

Homem, 63 anos, portador assintomático de valvopatia aórtica e mitral, foi admitido na emergência por cardiomiopatia valvar descompensada por fibrilação atrial de alta resposta, com insuficiência aórtica severa e insuficiência mitral secundária moderada. Submeteu-se a substituição de valva aórtica por prótese biológica e plastia mitral e tricúspide. No 3° dia pós-operatório, apresentou sinais de inflamação sistêmica, culminando em choque séptico de foco pulmonar e de corrente sanguínea, necessitando de intubação orotraqueal e ecocardiograma, apresentando derrame pericárdico e pleural de grande volume, submetendo-se à pericardiocentese, drenando-se o líquido serossanguinolento e à toracocentese, com líquido de padrão exsudato, sendo ampliado espectro de antibioticoterapia. Após alta para enfermaria, evoluiu com quadro de síndrome pleurítica pós toracotomia e múltiplos episódios de derrame pleural recidivante de padrão exsudativo. Apresentou melhora do quadro, recebendo alta. 15 dias após alta, paciente evoluiu com picos febris, sem foco inicial e sem alterações aos exames de imagem. Após um mês da última intercorrência, apresentou picos subfebris assintomáticos, com sinais de infecção nos exames laboratoriais. Submetido a ecocardiografia transesofágica e tomografia computadorizada (TC) de abdome sem alterações, além de TC de tórax com pequena quantidade de líquido no mediastino anterior e espessamento do entorno do ânulo aórtico perivalvar. Devido persistência dos picos subfebris, submeteu-se ao pet-scan que mostrou captação em imagem mediastinal e para-aórtica sugestiva de abscesso perivalvar na aorta ascendente. Realizou antibioticoterapia e nova abordagem cirúrgica, com resolução do quadro.

Conclusões

A endocardite infecciosa e suas complicações locais são um desafio na prática clínica, especialmente nos pacientes submetidos a procedimentos cirúrgicos. Nesses casos, os métodos de imagem ganham espaço, sendo o Pet-Scan uma modalidade promissora em casos mais desafiadores como o relatado.

Área

Medicina

Autores

ISADORA MONICA PONTE DE OLIVEIRA, Carlos José Mota de Lima, Carolina Gomes Fernandes , Beatriz Vieira Loiola Coutinho, Carlos Alexandre Leite Pereira Filho