41º Congresso Norte Nordeste de Cardiologia e 27° Congresso Cearense de Cardiologia

Dados do Trabalho


Título

Endocardite Infecciosa condicionada pelo Implante de Válvula Aórtica Transcateter (TAVI): Uma Revisão Integrativa

introdução e/ou fundamentos

O implante de válvula aórtica transcateter (TAVI) é um procedimento endovascular indicado para pacientes com estenose aórtica grave que possuem risco cirúrgico proibitivo, principalmente idosos. Por ser menos invasivo, o TAVI vem se expandindo para pacientes mais jovens. Entretanto, o implante pode estar relacionado a problemas após a troca valvar, como a endocardite valvar protética (EVP), uma condição de alta taxa de mortalidade. Diante do crescente uso do TAVI é importante que se saiba os riscos para o desenvolvimento de Endocardite Infecciosa (EI).

Objetivos

O presente estudo visa relacionar a implantação de válvula aórtica transcateter (TAVI) ao surgimento de Endocardite Infecciosa.

Métodos

Trata-se de uma revisão de literatura dos últimos 5 anos realizada na base de dados "MEDLINE", utilizando os descritores "Endocarditis" e "TAVI". Foram incluídos estudos em português e inglês.

Resultados e Conclusões

Nos 11 artigos analisados, atribuiu-se a utilização do TAVI a pacientes idosos com estenose aórtica grave e alto risco cirúrgico. Estudos recentes mostram que não há indicativo de menores taxas de endocardite valvar protética no TAVI em comparação à cirurgia de troca da válvula aórtica, a qual corresponde entre 10% a 30% dos casos de EI, que possui incidência anual de 0,3 a 1,2%. Em relação ao TAVI, existem poucos relatos de endocardite, alguns estudos mostraram taxas de incidência entre 0,1% a 3% com um ano do procedimento. A EI tem etiologia bacteriana diversificada, sendo as espécies mais comuns estafilococos e enterococos. O seu tratamento configura um quadro de discussões médicas, visto que a cirurgia de explantação da prótese foi associada à alta mortalidade pós-operatória pelo nível de dificuldade técnica e grupo de risco. Com isso, a terapia medicamentosa mostra-se a alternativa razoável para utilização na EI pós TAVI.
Dessa forma, conclui-se que o TAVI tem taxas de EI semelhantes ao procedimento cirúrgico convencional. Assim, a escolha da técnica de troca valvar deve ser feita com base em outros fatores envolvidos. Em relação ao tratamento da EVP, a intervenção cirúrgica apresenta potencial de cura considerável, no entanto, existem complicações técnicas que dificultam sua utilização indiscriminada, direcionando a terapia para a medicamentosa, principalmente nos idosos.

Área

Medicina

Autores

LUMA CAROLINA CAVALCANTE TEMOTEO, SANDRIELE SANTOS BARBOSA, JOÃO VITERBO SOUTO BARBOSA, EDUARDO PEREIRA ILARIO GONÇALVES, LÍVIA DE ALENCAR TAUMATURGO , BRUNO ARAUJO ROCHA, LORENA AGRA RAMOS, MIDIAN CONSTANTINO TEIXEIRA, FERNANDA INGRID OLIVEIRA RAMOS, MARIA FERNANDA LOPES DA SILVA