41º Congresso Norte Nordeste de Cardiologia e 27° Congresso Cearense de Cardiologia

Dados do Trabalho


Título

ASSOCIAÇÃO ENTRE EXPOSIÇÃO AMBIENTAL MATERNA E O RISCO FETAL DE DEFEITOS DO SEPTO VENTRICULAR: UMA REVISÃO SISTEMÁTICA

introdução e/ou fundamentos

As cardiopatias congênitas (CC) são uma das principais causas de morbidade e mortalidade infantil. Dentre as CC acianóticas, os defeitos de septo ventricular (DSV) são os mais comuns, correspondendo a 37% das CC em crianças. Ultimamente, vem sendo estudada a influência da exposição ambiental materna na ocorrência de DSV durante o período crítico de embriogênese, tornando-se importante avaliar quais fatores exposicionais descritos na literatura estão associados a este risco.

Objetivos

Descrever os fatores de exposição ambiental materna associados ao risco de desenvolvimento de defeitos do septo ventricular no feto.

Métodos

Esta revisão sistemática foi baseada nas diretrizes do PRISMA 2020. Foi realizada pesquisa nas bases de dados eletrônicas MEDLINE, Embase, LILACS, SciELO, Derwent Innovations Index, KCI-Korean Journal Database e Russian Science Citation Index. Foram incluídos estudos de coorte e caso-controle que abordaram o contato materno com poluentes, produtos químicos e altas temperaturas relacionado ao desenvolvimento de DSV. Estudos que apenas compararam a prevalência de DSV entre grupos, não avaliando a significância estatística, foram excluídos.

Resultados e Conclusões

Dos 805 estudos analisados, 12 atenderam aos critérios de inclusão. A exposição às partículas ambientais com diâmetro < 0,1μm, ≤ 10μm e ≤ 2,5μm foram associadas a DSV durante o início da gravidez, estando este último tipo especialmente associado à comunicação interventricular. A exposição ao ar contendo O3 durante o 1º trimestre da gestação, bem como ao SO2 também mostrou associação significativa com DSV. Altos níveis de substâncias químicas como bromofórmio, ácido monobromoacético, bromodiclorometano, substâncias perfluoroalquil e solventes também foram significativamente associadas com DSV. Nos últimos anos, estudou-se o efeito de eventos de calor extremo na poluição do ar, de modo que associações entre DSV e partículas finas foram mais fortes quando a mãe se expôs a calor extremo no início da gravidez. Conclui-se a partir da literatura a relação entre exposição materna a determinados poluentes ambientais, produtos químicos e altas temperaturas com o risco de desenvolvimento de DSV no feto. É preciso maior vigilância epidemiológica quanto à crescente emissão de poluentes no cenário urbano, bem como orientações maternas quanto à poluição atmosférica de grandes centros e substâncias tóxicas, como solventes, durante o período gestacional.

Área

Medicina

Instituições

Universidade Federal da Paraíba - Paraíba - Brasil

Autores

RAYANE BEZERRA FREITAS, ANDRESSA ALVES DE CARVALHO, DAVID CESARINO DE SOUSA, RAQUEL HELLEN DE SOUSA MUNIZ, WANESSA ALVES DE CARVALHO