Dados do Trabalho

Título

PERSISTÊNCIA DE MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS EM DECORRÊNCIA DA CARDIOPATIA REUMÁTICA CRÔNICA EM ADULTO: RELATO DE CASO

Introdução

A Febre Reumática (FR) é advinda de uma infecção bacteriana por Estreptococo β -Hemolítico do grupo A em indivíduos já predispostos geneticamente, contudo não existe exame quaisquer que o identifique significativamente, sendo necessário o exercício qualitativo da clínica médica. Tem como uma de suas complicações o acometimento cardíaco, que pode resultar em lesões das válvulas aórtica e mitral. A sintomatologia desenvolvida pelo paciente se deve a diferentes mecanismos fisiopatológicos, consequência da dificuldade que o coração tem de manter o débito sistólico e a pressão de enchimento adequados, a fim de perfundir corretamente os tecidos.

Descrição do caso

Homem, 39 anos, natural e procedente de Natal-RN, exerce função de zelador de condomínio. Relata estar no trabalho, quando apresentou tontura e turvação visual, seguida de síncope. Seus colegas relatam perceberem que o paciente em questão estava apresentando um quadro de parada cardiorrespiratória (PCR), e um deles prontamente iniciou as manobras de reanimação, enquanto os outros contatavam o SAMU. Quando o SAMU chegou ao local, foi necessário desfibrilar o paciente que apresentava PCR em fibrilação ventricular (FV), revertendo para ritmo sinusal e entubando posteriormente. Após manobras, na ambulância a caminho do hospital, o paciente apresentou nova PCR em FV, necessitando ser desfibrilado novamente. Após esse evento, o paciente seguiu estável hemodinamicamente e queixou-se de dispneia aos moderados esforços, já presente cotidianamente. No hospital, foram realizados exames complementares que evidenciaram dupla lesão aórtica (insuficiência importante e estenose discreta) e mitral (insuficiência discreta e estenose moderada) com fração de ejeção (FE) de 66%, sendo transferido para outro hospital, para resolubilidade do problema.

Conclusões

O desenvolvimento da cardite reumática em face ao diagnóstico tardio e, consequentemente, à ineficácia no controle inicial da doença, bem como a dificuldade de segmento e acesso aos serviços de saúde, levou à instalação progressiva da incapacidade física e a um desfecho quase fatal. Frente à desqualificação das equipes de saúde no que tange o processo diagnóstico-tratamento da Febre Reumática, aliada ao dificultoso vínculo do paciente a sua terapêutica, os insucessos de prognósticos favoráveis tornam-se cada vez mais frequentes na prática médica, o que aponta a importância de uma atenção adequada para esses pacientes, a fim de promover uma melhor qualidade de vida e diminuição da morbimortalidade.

Área

Medicina