41º Congresso Norte Nordeste de Cardiologia e 27° Congresso Cearense de Cardiologia

Dados do Trabalho


Título

Estratégia de Redução de Risco Cardiovascular em Pessoas vivendo com HIV (vírus da imunodeficiência humana).

introdução e/ou fundamentos

No Brasil, segundo o Ministério da Saúde, dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), divulgados pelo Boletim Epidemiológico de HIV/Aids de 2021, mostram que em 2020 foram notificados 29.917 casos de Aids no país.Estima-se que existam, atualmente no Brasil cerca de 920 mil pessoas vivendo com HIV. O tratamento anti-retroviral (TARV), baseado em esquemas contendo três ou mais drogas, mostrou-se eficaz na redução da morbi-mortalidade associada ao vírus. Entretanto, o TARV pode induzir complicações metabólicas graves com aumento do risco cardiovascular. Os efeitos metabólicos do TARV no incremento de aterosclerose precoce e acelerada, em pacientes infectados por HIV, são bem conhecidos. A infecção, também está diretamente relacionada ao aumento dos níveis de triglicérides, alterações do perfil lipídico e alterações no miocárdio, levando à insuficiência cardíaca.

Objetivos

Estabelecer uma estratégia de controle de fatores de risco cardiovascular para pessoas vivendo com HIV. 

Métodos

O risco cardiovascular de 64 pacientes do Centro de Testagem e Aconselhamento de Confresa-MT, foi avaliado através dos critérios de Framingham. Intervenções nos fatores de risco modificáveis foram sugeridas aos pacientes, incluindo modificações no estilo de vida, controle de pressão arterial, uso de anti-plaquetário e de hipolipemiante, controle glicêmico e cessação do tabagismo. Os perfis dos fatores de risco foram reavaliados após 6 meses.

Resultados e Conclusões

Resultados: A maioria dos pacientes apresentava baixo risco cardiovascular (73%), após 06 meses, a proporção desses pacientes aumentou para 83%. Os pacientes que apresentavam Moderado Risco eram 19%, após as medidas reduziram para 11%, e por fim os pacientes com Alto Risco cardiovascular, que antes eram 8%, após as medidas eram apenas 6%. Cabe ressaltar ainda que 46 pacientes (71% dos participantes) também melhoraram seus índices, sem alterar a classificação de risco. Conclusão: Os resultados sugerem que uma estratégia simples e de baixo custo melhora de forma significante o perfil de risco cardiovascular das pessoais vivendo com HIV. Essa estratégia é importante, pois esses pacientes priorizam o tratamento do HIV, deixando em segundo plano ou esquecido, o cuidado com outras comorbidades, levando a complicações cardiovasculares que pioram a qualidade de vida e aumentam mortalidade.

Área

Medicina

Autores

PATRICIA NEVES XIMENES, Fabio Musa Mustafa Dessiyeh, Daniela Perri Siqueira, Ulisses Moraes Gonçalves, Anna Leticia Mello, Marcelo Rosa da silva, Thiago Pineli Ribeiro, Diego Cavalcanti Ercolin, Marília Vieira Miranda, Larissa Moura Parenti, Salomao Barauna Alcolumbre, Jenny Morato Garcia