Dados do Trabalho

Título

IMPORTÂNCIA DA FUNÇÃO ATRIAL ESQUERDA (FAE) EM PACIENTES COM ACIDENTE VASCULAR ISQUÊMICO (AVCI) COMO MARCADOR DE GRAVIDADE.

introdução e/ou fundamentos

A técnica de aferição da deformação do miocárdio (strain), a qual é baseada no rastreamento de pontos (speckle tracking), tem ganhado cada vez mais importância por causa de sua aplicabilidade na prática clínica(MARKMAN, 2018). E, com o crescente número de eventos cardiovasculares em nossa população, torna-se importante a aplicação de tal técnica para auxiliar na identificação e , se possível, a erradicação de fatores que possam contribuir com tais eventos(AOUAR, 2013).  Um contribuinte para tais eventos detectado no ecocardiograma transtorácico (ECOTT) é o aumento do Volume do Átrio Esquerdo Indexado (VAEi) que está associado à Disfunção Diastólica (DD) do Ventrículo Esquerdo (VE) (AOUAR, 2013). Além disso, alterações como a sobrecarga de pressão no átrio esquerdo ocasionam modificações  na função contrátil e nas propriedades elétricas do miocárdio (TENEKECIOGLU, 2014).

Objetivos

Analisar as alterações da função atrial esquerda detectadas por meio do ecocardiograma transtorácico em pacientes com AVCI subagudo.

Métodos

Este estudo é observacional, analítico, transversal, realizado no período de janeiro de 2016 a novembro de 2021, no Hospital Geral de Fortaleza, onde uma amostra de 168 pacientes foi analisada, sendo 88 homens e 80 mulheres com diagnóstico clínico confirmado de AVCI. Estes pacientes foram divididos em 2 (dois) grupos baseados na escala do NIHSS (National Institutes of Health Stroke Scale). O grupo I com índices de NIHSS abaixo de 16; enquanto o grupo II teria índices superiores a 16. Vale ressaltar que todos os pacientes foram previamente submetidos aos exames necessários como ECOTT onde foi avaliada a FAE e outros parâmetros.

Resultados e Conclusões

Analisando os resultados obtidos, percebeu-se que não houve diferença dos parâmetros clínicos entre os dois grupos. Porém, a fração de ejeção foi mais elevada no grupo I se comparada a do grupo II(58.3+/- 5,7 para 50,4 +/- 6,8, p=0, 023). A FAE tomando como ponto de corte 49%; não mostrou diferença significativa entre os dois grupos. O strain longitudinal foi evidentemente mais elevado no  Grupo I, que no Grupo II(34,45 +/- 8,7 para 26,23 +/- 6,3 , p=0,018). A dimensão atrial, linear e ou volumétrica, não mostrou significância apreciável. Podemos concluir que o método de Strain longitudinal do átrio esquerdo é uma ferramenta que ganha cada vez mais importância na ecocardiografia e que os resultados obtidos mostram estatisticamente que a existência de uma associação com o grau de severidade do AVCI nos primeiros momentos do acidente.

Área

Medicina