41º Congresso Norte Nordeste de Cardiologia e 27° Congresso Cearense de Cardiologia

Dados do Trabalho


Título

A Hipertensão arterial como fator de risco adicional em mulheres com Diabetes Mellitus Gestacional

introdução e/ou fundamentos

O diabetes mellitus gestacional (DMG), definido como intolerância à glicose com início durante a gravidez, é uma complicação frequente, afetando cerca de 18% das gestações no Brasil. Mulheres com DMG tem um risco aumentado de distúrbios hipertensivos da gravidez, e com isto aumento ainda maior no risco de desfechos adversos na gestação. As 4 categorias de distúrbios hipertensivos da gravidez são hipertensão crônica, hipertensão gestacional, pré-eclâmpsia-eclampsia e hipertensão crônica com pré-eclâmpsia sobreposta. Esses distúrbios estão entre as principais causas de morbidade e mortalidade materna e fetal.

Objetivos

Avaliar a prevalência de hipertensão arterial (HA) e fatores associados em mulheres com DMG.

Métodos

Estudo de coorte prospectivo que avaliou dados de gestantes com DMG acompanhadas em uma unidade de saúde pública do nordeste do Brasil de 2018 a 2020. O DMG foi definido de acordo com os critérios do OMS 2013. Os dados foram coletados por questionário estruturado e revisão de prontuários. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética da UFC, parecer número 2.521.562.

Resultados e Conclusões

Dados de 286 gestantes, com média de idade de 33,1±5.6DP, e média de IMC pré-gestacional de 29.9±5.5DP foram avaliados. A média da idade gestacional (IG) na entrevista foi de 29.1±5.6DP, o IMC=32,9 kg/m2, 95% tinham situação conjugal estável e 52% trabalho remunerado. A prevalência de HA na gestação foi de 20,7%, sendo presente em 12,4% das gestantes com IG< 20 semanas. Gestantes com HA eram mais velhas (34.2 versus 32; p=0,020), com maior IMC pré-gestacional (31.8 versus 29.5; p<0.001), maior paridade (p=0.06) e histórico de aborto (p=0,02). Quanto aos desfechos da gestação, observamos que pacientes com HA tiveram maior necessidade de tratamento farmacológico para controlar o diabetes (p=0.002), maior risco de pré-eclâmpsia (p<0.001) e menor idade gestacional no parto (p=0.08) e maior risco de desfechos gestacionais adversos.
Conclusão: Em gestantes com DMG a frequência de HA foi elevada principalmente na presença de outros fatores de risco como maior paridade, idade e IMC. A HA também foi associada a maior necessidade de farmacoterapia para o controle glicêmico e maior risco de desfechos adversos em um grupo de gestantes que já se apresenta como alto risco.

Área

Medicina

Instituições

Centro Integrado de Diabetes e Hipertensão do Ceará - Ceará - Brasil, Universidade de Fortaleza - Ceará - Brasil, Universidade Federal do Ceará - Ceará - Brasil

Autores

LUIS OTAVIO SAMPAIO FAÇANHA, Mariana Vieira Pinheiro, Maria Rita Leite Monteiro Hasbun, Lara Gonçalves Ostuzzi, Magno Martins Pinto Faria, Giselle Barroso Vieira Costa