41º Congresso Norte Nordeste de Cardiologia e 27° Congresso Cearense de Cardiologia

Dados do Trabalho


Título

Evolução da Fração de Ejeção em Pacientes após Infarto Agudo do Miocárdio

introdução e/ou fundamentos

O infarto agudo do miocárdio (IAM) é uma das principais causas da falência ventricular esquerda e está associada a uma elevada morbimortalidade. A fração de ejeção ventricular esquerda (FEVE) é um forte preditor de maus desfechos clínicos.

Objetivos

1- Identificar a frequência de pacientes com FEVE reduzida logo após o IAM.
2- Identificar a frequência de pacientes que apresentam relevante recuperação da FEVE após alta hospitalar.
3- Identificar se variáveis clínicas podem estar associadas a maior chance de recuperação de FEVE.

Métodos

Estudo de coorte retrospectivo que avaliou pacientes com IAM que realizaram ecocardiograma (ECO) precoce, no período entre 2016-2020. Foi identificado percentual de pacientes que apresentavam FEVE reduzida no 1º ECO. Foram também identificados, dos que tinham FEVE inicial <45%, aqueles que apresentavam um 2º ECO realizado pelos mesmos ecocardiografistas após alta hospitalar, com utilização de método Simpson. Foi considerada relevante recuperação quando o 2º ECO tivesse aumento ≥10% em relação à FEVE do 1º ECO. Foram coletados idade, sexo, IMC, história de HAS, DM, dislipidemia, tabagismo, cirurgia cardíaca prévia, creatinina basal, tipo de IAM, Killip, parede acometida, pico de troponina, uso das seguintes medicações na alta hospitalar: IECA/BRA, Betabloqueador, Espironolactona, Inibidor de SGLT2, estatina e dupla antiagregação plaquetária. Por fim, testes estatísticos foram realizados buscando identificar fatores clínicos associados a esta recuperação, conforme tipo e distribuição das variáveis: T Student não pareado, Mann-Whitney ou teste exato de Fisher.

Resultados e Conclusões

De 509 pacientes consecutivos, tinham FEVE <50%, <45% e <40% respectivamente 221 (43,4%), 179 (35,2%) e 130 (25,5%). Entre pacientes com FEVE inicial <45%, 64 pacientes consecutivos tinham 2º ECO realizado após a alta realizado pelos mesmos ecocardiografistas. Destes, 25 (39,1%) apresentaram melhora ≥10% da FEVE inicial. De todas as variáveis analisadas, apenas menor idade apresentou tendência de associação a uma recuperação da FEVE (p=0,052). As conclusões são: 1) Quantidade importante de pacientes tem FEVE reduzida logo após IAM; 2) Quantidade expressiva de pacientes têm recuperação relevante da FEVE; e 3) Apenas a menor idade apresentou tendência a maior chance de recuperação da FEVE, provavelmente por limitação do tamanho da amostra.

Área

Medicina

Autores

JULIA MICHELI PEREZ, Gilson Soares Feitosa-Filho