41º Congresso Norte Nordeste de Cardiologia e 27° Congresso Cearense de Cardiologia

Dados do Trabalho


Título

Perfil epidemiológico da doença reumatológica do coração no Nordeste Brasileiro entre 2012 e 2021

introdução e/ou fundamentos

A doença reumática crônica do coração (DRCC) consiste em uma complicação não supurativa desenvolvida a partir da febre reumática, a qual é secundária à infecção pelo estreptococo beta-hemolítico do grupo A. Fatores ambientais e socioeconômicos exercem forte influência para o acometimento por DRCC, haja vista que está associada à carência em assistência médica, alimentação inadequada e habitações aglomeradas.

Objetivos

Avaliar o perfil das internações hospitalares por DRCC na região nordeste brasileira (NE) de janeiro de 2012 a dezembro de 2021.

Métodos

Trata-se de estudo epidemiológico observacional descritivo, cujos dados foram coletados do Sistema de Internações Hospitalares do SUS (SIH/SUS), considerando as variáveis sexo, raça, faixa-etária, número de internações (NDI) por ano, taxa de mortalidade, caráter de atendimento e internações por estado, conforme o ínterim de 2012 a 2021.

Resultados e Conclusões

No período avaliado no NE houve 22.090 internações por DRCC, com 59% representados pelo sexo feminino. O estado da região com maior NDI foi a Bahia (6.019), a maior taxa de mortalidade (TM) visualizada no período foi de Sergipe (10,57%), com estreita diferença de Alagoas (10,12%). A TM média da região no período foi de 6,72%, com pico de 8,85% em 2011. Aproximadamente 51% das internações neste lapso são inconclusivos quanto à raça dos pacientes, 38% são pardos, 13% amarela, 7% brancos e 1% indígenas. A faixa-etária predominante foi de 40 a 49 anos (20%), seguidos por 30-39 e 50-59 anos (18%). 57% das internações aconteceram em regime eletivo.

Em todo o período, houve predominância do sexo feminino, de adultos de meia idade e de internações eletivas. Os estados que mais acumularam casos, e os que maiores TM, historicamente estão entre os últimos do ranking nacional do índice de desenvolvimento humano, corroborando com os dados da literatura que associam a doença a condições socioeconômicas limitadas. De 2013, quando houve o maior NDI, a 2017 processou-se tendência decrescente, ao contrário dos anos que antecedem e sucedem esse intervalo, nos quais a tendência é variável. Verificou-se importante insuficiência na coleta de dados acerca da raça dos pacientes, limitando a interpretação de eventual relação.

Área

Medicina

Instituições

Centro Universitário Uninovafapi - Piauí - Brasil

Autores

LUCAS FERRARI DA SILVA MENDES, Israel Wesley Pinto Leal, Gleydson Miranda Fernandes , Marcela Nolêto Mundim Sousa, George Vinícius Lima Silva, Matheus Oliveira Macedo , Eurípedes Ferreira Araújo Mendes