Dados do Trabalho

Título

Diabetes Mellitus tipo 2 como fator prognóstico em pacientes com Insuficiência Cardíaca com Fração de Ejeção Intermediária: uma Revisão Sistemática

introdução e/ou fundamentos

A insuficiência cardíaca (IC) vem despontando como uma das doenças mais estudadas e proeminentes do século XXI, principalmente pela sua acentuada prevalência, de 2 a 3% da população. Dessa forma, apesar dos significativos avanços na propedêutica e terapêutica alcançados nos últimos anos, pouco se sabe a respeito da interação entre a IC e outras comorbidades no contexto de definição prognóstica.

Objetivos

Esta revisão sistemática tem como objetivo identificar fatores de risco e prognósticos relacionados à associação entre insuficiência cardíaca congestiva com fração de ejeção intermediária (ICFEi) e a presença ou não de diabetes mellitus tipo 2 (DM2), sintetizando variáveis de morbimortalidade relacionadas à associação entre ICFEi e DM2.

Métodos

Uma revisão sistemática descritiva de literatura foi realizada no mês de junho de 2022 a partir da base de dados online MEDLINE, com uso da plataforma de pesquisa PUBMED, utilizando-se as palavras-chave: Heart failure with mid-range ejection fraction, HFmrEF, Diabetes mellitus, DM2, Risk factor, Predictor, Comorbidities e Prognosis. Foram selecionados artigos publicados nos últimos 10 anos até a data de realização da pesquisa, com texto integral disponível de forma gratuita, disponibilizados em inglês ou português, que incluíam pacientes adultos com 19 anos ou mais. Foram analisados apenas artigos que incluíam pacientes com ICFEi e que relacionavam desfechos cardiovasculares à presença de DM2. Foram excluídos artigos sem resumo e duplicados. O total de 13 artigos foram selecionados atendendo a esses critérios.

Resultados e Conclusões

Foi observada uma significativa relação entre a alta prevalência de DM2 em pacientes com ICFEi e o aumento sensível na mortalidade dos grupos analisados. Não foi obtido consenso entre a presença de DM2 em ICFEi e sua relação com o aumento do risco de hospitalizações recorrentes ou maior tempo de internação. A ICFEi associada à apneia obstrutiva do sono pode representar um novo grupo com risco aumentado para o desenvolvimento de doenças crônicas, incluindo DM2. Porém, vale ressaltar a escassez de estudos comparativos que envolvam ICFEi, revelando uma limitação na análise prognóstica desse fenótipo em associação com a comorbidade descrita. Observam-se lacunas referentes à padronização dos estudos pois, embora as definições para estratificação da IC estejam bem definidas, as estratégias para avaliação e seguimento desses pacientes sofreu discreta flutuação entre os artigos, levando à criação de vieses.

Área

Medicina