41º Congresso Norte Nordeste de Cardiologia e 27° Congresso Cearense de Cardiologia

Dados do Trabalho


Título

ALTERAÇÕES CARDIOVASCULARES NAS INTOXICAÇÕES POR VENLAFAXINA

introdução e/ou fundamentos

A venlafaxina é um fármaco da classe dos Inibidores da Recaptação de Serotonina e Norepinefrina (IRSN), sendo bastante utilizada no tratamento de transtornos depressivos. Doses altas desse antidepressivo, entretanto, podem ocasionar prolongamento do intervalo QT e arritmias ventriculares.

Objetivos

Identificar na literatura os efeitos cardiovasculares da intoxicação por venlafaxina.

Métodos

Consiste em uma revisão de literatura embasada no questionamento "quais as alterações cardiovasculares nas intoxicações por venlafaxina?". Foram utilizados os descritores DeCS/MeSH “Venlafaxine”, “Poisoning” e “Cardiovascular” intercruzados com o operador booleano “AND”, para a busca nas bases de dados Medline, Lilacs e Science Direct. Os critérios de inclusão foram publicações dos últimos quatro anos, disponíveis na íntegra. Assim, foram selecionados cinco artigos para compor o presente resumo.

Resultados e Conclusões

Nos casos de sobredosagens da venlafaxina, o bloqueio dos canais de sódio reduz a velocidade de condução elétrica no ventrículo e no feixe de His, resultando no prolongamento da duração do intervalo QT, bem como no aumento do risco de taquicardias ventriculares multifocais denominadas torsades de pointes. Ademais, o mecanismo de ação da venlafaxina, em doses altas, funciona aumentando a disponibilidade de norepinefrina sináptica, o que estimula os receptores α-2 adrenérgicos pré-sinápticos. Com isso, esse neurotransmissor tem sua liberação reduzido nos terminais nervosos, o que pode participar na causa da hipotensão ortostática. Um outro efeito da venlafaxina, o qual pode ser acentuado em superdosagens, é o aumento da pressão diastólica devido ao aumento da sensibilidade miocárdica e vascular à estimulação simpática. Tal circunstância pode aumentar o débito cardíaco e, consequentemente, aumentar a pressão arterial. Portanto, os riscos de arritmias, taquicardias ventriculares, bem como de prolongamento do intervalo QT devem ser avaliados cuidadosamente em pacientes tratados com antidepressivos, analisando a relação risco e benefício. Além disso, é de suma importância a identificação dos efeitos tóxicos provenientes da superdosagem da venlafaxina para um diagnóstico precoce e tratamento eficaz das complicações cardiovasculares.

Área

Medicina

Instituições

Universidade Estadual do Ceará - Ceará - Brasil

Autores

JOANA ALVES CARNEIRO, Amanda Colaço Morais Teixeira, Ana Carolina Nogueira Rocha Lima, Caio Pessoa Cruz, Ednardo Ramos De Meneses, Francisco Adriano Brito Aguiar Junior, Gabriella Fidelis de Sá, João Luis Matos Ribeiro, Luana Souza Aragão Monteiro